sábado, 4 de julho de 2009

Buenos Aires 4º dia

§ Combinamos de ir a Tigre, nesse dia. Eu já "conhecia" o lugar, mas não tinha a intenção de visitá-lo nessa viagem, porém como o pessoal quis, preferi ir com eles. Ainda bem, porque tivemos uma dia bem legal. Como o meu albergue era o "último", eu sempre tinha que passar nos hostels pra buscar a galera. No café da manhã fiquei conversando com as alemãs do meu quarto e acabei perdendo a hora. Tive que correr pra encontrar o povo.
§ Tomamos o metrô na estação 9 de julio, e tínhamos que ir até Retiro. Essa estação fica em uma linha diferente (por sinal, a mesma linha da avenida de mayo, próxima ao milhouse), então tivemos que descer na estação seguinte para fazer a baldeação. Eu achei bem estanho, porque disseram que numa mesma plataforma passam trens de linhas diferentes. Enfim, parece que a gente foi para a plataforma certa mas como pegamos (e era eu quem estava no comando) o trem errado. Todomundoquerendomematar, descemos na estação seguinte, tomamos a linha que estava voltando e encontramos uma brasileira de bom coração que nos explicou o mal entendido. Linha certa tomada, estávamos a caminho de Retiro. Chegando lá, foi bem fácil encontrar a estação de trem, porque ela está ao lado do metrô, e há sinalização indicando (o terminal de ônibus também fica em Retiro, próximo ao metrô, mas tem que andar um pouco mais).
§ Apesar de antiga e de não parecer muito bem cuidada, a estação de trem de Retiro é bastante bonita, parece um pouco aquelas européias. Tigre é a última estação, e o trajeto dura mais ou menos uma hora. Assim que se sai da estação Retiro, vê-se umas favelas, mas o resto do caminho é de bairros residenciais portenhos. É uma casa mais bonitinha que a outra. E é impressionante também a quantidade de bandeiras argentinas que são vistas penduradas nas janelas. Nos bairros mais centrais eu já tinha visto muitas bandeiras, e deu pra perceber que não é uma coisa somente ligada aos prédios / órgãos públicos e locais turísticos. Vê-se isso no país inteiro, como nos EUA. Eu queria que tivéssemos isso no Brasil também. A gente só vê bandeiras na janela na época de copa do mundo, e olhe lá.
§ Chegamos a Tigre, e já paramos num restaurante que fica bem ao lado da estação. A gente parou porque o povo queria tirar umas fotos por lá, mas aí a fome foi batendo, e decidimos adiantar o almoço. Só posso dizer que foi um almoço inesquecível! A comida, além de boa era barata. E as companhias, excelentes. Passamos mais tempo nesse restaurante conversando do que passeando por Tigre, mas foi um programa perfeito.
§ Após algumas muitas horas de conversa é que levantamos e fomos dar um rolé pela cidade. Caminhamos pela margem do rio, sacamos mais algumas fotos, vimos os preços dos passeios de barco, mas achamos tudo muito caro e preferimos ficar na viação canela mesmo. Umas 15h já estávamos tomando o trem de volta pra BsAs.
§ Tomamos o metrô também, para voltar, mas a Gi, o Jeff e eu decidimos ir a Caminito. O Jorge disse que tava muito cansado e foi pro hostel dormir. Nós três tomamos um táxi e rumamos a La Boca. Uma coisa interessante: os táxis de BsAs não rodam o taxímitro apenas pelos quilômetros percorridos, mas também pelo tempo. Como era sexta-feira e início do horário de pico, o trânsito estava uma coisa! Eu não recordo quanto exatamente custou a percurso, mas foi bem mais caro que o normal, porque passamos muito tempo parados.
§ Caminito é aquilo mesmo: duas ruas com casinhas totalmente coloridas, muitos restaurantes, lojinhas de souvenir e tango. La Boca é um antigo bairro do porto, onde muito italianos se alojaram após chegar à Argentina. A população é de baixa renda, por isso muitas casas eram/são de lata, e foram pintadas com a intenção de revitalizar o local.
§ Demos umas voltinhas e sentamos num restaurante após um garçom prometer (e cumprir!) uma quilmes de cortesia ao Jeff. Quase todos os restaurantes têm show de tango, na parte externa mesmo. Ou seja, todos que estão passando podem ver. Mas como estávamos consumindo, ainda pudemos ir ao palco dançar e tirar fotos com os dançarinos (eu não tirei, fiquei com uma vergonha danada. Mas foto mesmo eu queria tirar com o cantor, que era uma graça!!).
§ Agora vem uma história engraçada: tango de um lado, tango do outro, de repente começamos a ouvir uma batucada, um samba, e eis que surge um grupo de brasileiros em desfile tocando e cantando e "atrapalhando" o tango todo. Eu fiquei com uma vergonha danada, achando aquilo tudo uma falta de respeito. E uma das mulheres responsáveis pelo restaurante, argentina, começa a sambar e vai desfilando na frente deles, como se fosse madrinha de bateria (e olha que ela sambava bem mesmo). Aí os carinhas vão passando o chapéu para recolher uns trocados, e eu revoltada, começo a falar que aquilo é um absurdo, uma falta de respeito. O sambista disse alguma coisa que não entendi e continuou cantando e passando o chapéu. Espetáculo terminado e o tango de volta, a mulher do restaurante veio me falar que aquilo já faz parte do "programa": todo dia, no mesmo horário, os brasileiros passam tocando samba. Já faz parte do Caminito... Vê se pode uma coisa dessas...

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