sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Pára-raios

§ Uma segunda revolta, essa de cunho bem menos político e útil que a do post anterior, é a capacidade que eu possuo para atrair sentimentalmente homens estranhos. Eu sei que eu não sou bonita e muito menos o mais inteligente dos seres, mas mesmo assim atraio mais estranhos que o Brasil atrai raios...
§ Por estranhos não entendam feios. Até porque pela minha beleza, ou falta dela, não tenho o direito de exigir homens bonitos. Eu até tenho uma atraçãozinha por uns feinhos. Quando eu digo estranhos, quero dizer na verdade MUITO estranhos.
§ E não é de agora: lá pelos meus oito anos eu já atraía o sobrinho de uma super amiga da minha mãe, que devia ser um ou dois anos mais velho que eu. Durante uns três anos seguidos ele me deu presentes no dia dos namorados, para o meu desespero. Todo mundo me zoava, e uma simples menção ao nome dele me fazia chorar... DE RAIVA!! Tudo bem, até aqui a estranha pode parecer eu mesma. Mas é que ainda não contei que, apesar da pouca idade, o menino fazia tratamentos psiquiátricos por possuir tendências suicídas. Isso mesmo!!
§ A pré-adolescência chegou e os estranhos continuaram. Um merece destaque: seu apelido era E.T., o que já dispensaria mais comentários. Mas só pra provar que eu não sou uma pessoa exagerada, vamos lá: o E.T. era um ser de poucos amigos, e uma das criaturas mais zoadas da classe. Apesar de pequeno, brigou com vários meninos maiores da turma e sempre levou a melhor, tamanho o seu ódio. Até uma professora ficou super assustada com ele. Um dia, em uma aula de artes plásticas, veio me pedir um lápis colorido emprestado. Sabendo que a colega que estava à minha frente me zoaria horrores após o empréstimo, eu disse: NÃO (mas me senti bastante mal). Então, a minha amiga sentada atrás me contou que logo após ele deu dois passos, virou novamente na minha direção e falou: "você está na minha listinha". Uma semana depois aconteceu aquele massacre de Columbine, quando dois estudantes, sempre excluídos e ridicularizados pelos colegas de classe, mataram vários alunos da escola. Obs: Eles também tinham uma "listinha".
§ O tempo foi passando. Até porque, como dizem, tudo na vida passa. Mas os caras estranhos não. Recebi uma declaração de um menino que eu até achava bastante legal, mas tinha trejeitos homossexuais. Teve um outro para o qual eu posso definir estranho como feio mesmo. Porque ele era. E usava o verbo "moscar" no lugar de paquerar. E o pior é que eu gostei desse sujeito...
§ E foram muitos outros, que nem vou descrever aqui. E olha que eu não sou uma mulher de arrebatar corações. Mas é que praticamente todos eram caras estranhos.
§ No momento? Um ser casado que eu jurava que tinha uns 16 anos, por causa de seu porte físico; um outro carinha muito gente fina, mas que alguns amigos meus acham ser gay (a despeito disso, ele tem um grupo de amigos com algumas das pessoas mais estranhas que já vi - isso daria outro post), e um outro com mais de 30 anos, que possui a mentalidade de um menino inteligente de... 12 anos!!
§ É melhor eu parar por aqui.
§ Não agüento (com essa reforma ortográfica, é com trema ou sem?) mais falarem do Barack Obama como presidente eleito dos EUA... Estaria mentindo se dissesse que não fiquei emocionada com a sua eleição. A festa e a alegria dos estadunidenses me lembraram bastante a vitória do Lula em 2002. Aqui, um "pobre" chegando ao poder e lá, um negro (apesar de falarmos tanto do racismo deles, nunca vi um político negro de alto cargo aqui no Brasil), o que causou em ambos os povos a sensação de mudança das situações saturadas.
§ Meus olhos encheram d'água quando as TVs noticiaram a vitória oficial do candidato negro e mostraram a multidão concentrada em Chicago, esperando pelo pronunciamento do futuro presidente. Porém a emoção somente durou até ali. Depois disso Obama começou seu discurso tipicamente americano, proferindo coisas do tipo: aos que estão ao lado do bem, nós estaremos com vocês, mas vocês que estão ao lado do mal, nós vamos combatê-los até a vitória.
§ Então eu pergunto: mudou mesmo alguma coisa? Sim claro, pior que o Bush provavelmente não deve existir. Mas a questão é que os americanos continuam, e devem permanecer assim por um bom tempo, sentindo-se os donos da verdade e os protetores do mundo. E o discurso do Obama confirma isso.
§ Nós sempre criticamos os EUA por esse seu posicionamento arrogante e imperialista, por se meterem nas políticas de outros países, por criarem e financearem contendas e guerras, por ajudarem na destituição de presidentes eleitos democraticamente. Nós sempre nos revoltamos por eles se autoafirmarem como os guardiães de valores morais imprescindíveis para as sociedades, mas a verdade é que, apesar de muito criticá-los, nós aceitamos essa posição que eles estabeleceram. É só checar os jornais e revistas nacionais e internacionais: o novo presidente estadunidense é apontado como o homem que pode mudar o caminho no qual a humanidade está caminhando. Todos dizem que não se deve depositar nele todas as fichas, pois o mesmo herdou muitos problemas que não serão resolvidos em pouco tempo, mas ao mesmo tempo, todos colocam nele todas as fichas. "Mudar o caminho no qual a humanidade está caminhando" não é frase minha; é o que está por aí. É o que está em todos os cantos.
§ Eu sei, eu sei: os EUA continuam sendo o país mais poderoso do planeta. Mas eu penso que muito desse poder é mítico, e a culpa disso é de nós mesmos.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O emprego dos sonhos

§ Pode ser que eu esteja errada, mas parece que quase ninguém está satisfeito com o emprego que tem. Eu conheço poucas pessoas que falam com plena convicção que amam o que fazem. Uma boa parte se diz insatisfeita, mas como o dinheiro é necessário, atura os afazeres da profissão. A insatisfação de outros vem já da época da faculdade, com a escolha errada do curso, que é o meu caso. Uma outra explicação pode ser dada por meio de uma famosa frase do seu madruga: “Não existe trabalho ruim. O ruim é ter que trabalhar”. Às vezes eu acredito piamente nisso. Bom mesmo seria ganhar dinheiro sem trabalhar... ficar só estudando, lendo, pesquisando...
§ Mas se eu pensar mais um pouquinho posso encontrar umas profissões legais. Quando eu era pequena, queria ser o Indiana Jones. Pra ser bem sincera, até hoje eu gostaria de ser o Indiana Jones. Sim, não é ser simplesmente um arqueólogo ou historiador. É ser o “Indy“ mesmo. Quer coisa mais legal: lidar com civilizações antigas, com História, e ainda por cima viver todas aquelas aventuras, sempre se dando bem. Seria um sonho!
§ Sendo mais realista, tem um outro emprego que também me fascina. Não sei exatamente o nome, mas é aquele no qual se trabalha com a trilha sonora de filmes e séries. Eu sempre tive a mania de ouvir uma música e começar a inventar uma história, uma situação de filme ou novela, para ela. Na prática eu sei que é o contrário: a partir da situação é que se escolhe a canção. Em alguns poucos casos, como os dos filmes, são compostas músicas especialmente para as histórias. De qualquer forma, é uma função interessantíssima!
§ Vejamos o caso da série Coldcase: para mim o ponto forte do programa é o final, quando sempre toca uma música que tem a ver com o tema do dia. Eu acho incrível como eles conseguem encontrar canções que se encaixam, muitas vezes perfeitamente, com as situações. É tão legal que você acaba gostando de músicas que antes achava chatas. Meus exemplos: Kelly Clarckson é fastidiosa para mim, mas depois de um episódio no qual uma menina amish sai de sua aldeia para ir pra uma cidade grande, realizando o seu grande sonho, eu passeu a gostar de breakaway (“Grew up in a small town...”). Outro grupo que acho maçante é o nickelback. Até que no final de um episódio acerca de uma moça ex-drogada que tentava provar que seu filhinho ainda estava vivo, quando todos acreditavam que ele tinha morrido ainda bebê por culpa do vício dela, eu escuto far away. Foi perfeito e até hoje vira e mexe me pego cantando. Tudo porque uma pessoa teve o trabalho de fazer uma pesquisa bem minuciosa e encontrar a música que parecia ser a própria narração da história...
(...)
Por favor, alguém sabe como eu faço para enviar o meu currículo pra equipe do Coldcase?