sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A torta de maracujá


Nestes últimos dias uma torta de maracujá tornou-se o meu maior objeto de desejo.


Eu não gosto de maracujá; nunca tive uma comprovação médica, porém essa fruta e todos os seus derivados atacam o meu fígado. É só beber um suco, comer uma mousse , um bolo ou uma torta de maracujá, que eu passo o dia inteiro enjoada.

Então, por que esse desejo por uma torta? Vou explicar, a torta em questão é simbólica. Ultimamente tenho me dedicado a apenas duas atividades, que estão tomando TODO o meu tempo. Eu não tenho tido lazer, nem sei que filmes ou peças estão em cartaz, há séculos não vejo ou não falo com amigos super queridos, tenho ido dormir às 3 ou 4:00h da madrugada.

Acontece que, em um desses meus últimos dias corridos, eu estava andando apressadamente pela rua quando vi uma cena rápida que me fez pensar em um milhão de coisas em uma fração de milésimos de segundo (perceberam a quantidade de palavras relacionadas à alta velocidade nessa frase?). Eu vi uma pessoa sentada em um balcão de padaria comendo calmamente um pedaço de torta de maracujá. Ela parecia estar tão descansada e tão livre de problemas, funções e responsabilidades, que podia desfrutar e aproveitar despretenciosamente cada segundo do “nada pra fazer”.

Naquele momento, como eu desejei estar comendo aquela torta de maracujá, a despeito de todo o mal-estar que ela me causaria. Como eu desejei estar sentada naquele banquinho alto e desconfortável, vivendo tranqüilamente cada instantezinho.

Após observar, em minha caminhada, a cena de uns cinco segundos, eu continuei apressada no meu caminho, mas passei o resto do dia cheia de sensações e reflexões. E ansiando pelo meu momento de comer aquela torta de maracujá.

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