terça-feira, 26 de agosto de 2008

Falando nisso...

§ Depois de escrever o último texto, me veio à cabeça um fato ocorrido no meu ensino médio, mais precisamente no 1º ano. Por ser muito medrosa, nunca fui adepta da difusão facilitada, e acreditava no aforismo “quem cola engana a si próprio”.
§ ...Mas eu estava no último bimestre, fazendo a prova de psicologia, na qual precisava de 6,0 para passar. Pelos cálculos que eu tinha feito em cima da pontuação de cada questão, eu iria tirar 5,5 ou 5, o que me deixou desesperada. A apostila de psicologia era muito grossa e maçante, e eu não tinha lido nem a metade dela. Ou seja, eu estava impossibilitada de responder as questões que ainda faltavam e minha nota ficaria naquilo mesmo. Uma amiga minha estava sentada atrás de mim, colando da minha prova.
§ Eu já tinha visto uma borracha passar pela mão de todo mundo na sala, mas como era muito inocente (velhos tempos...), nem tinha me tocado de que aquilo era uma super proteína. Eu acho que essa amiga que estava colando de mim deve ter percebido que eu estava precisando de ajuda e falado a alguém, pois todo mundo sabia que eu não colava e do nada, uma colega que estava ao meu lado me estendeu o braço e, entregando-me umA borracha, pronunciou “valeu pela borracha Sara!”.
§ Quando olhei, lá estava, escrita na borracha, uma das respostas que eu ainda não tinha. Meu Deus! Como fiquei nervosa! Meu coração estava disparado, eu suava sem parar. Estava tensa, me sentindo uma agente numa missão, como naqueles filmes em que o espião está procurando algo em uma sala e ouve o inimigo chegar à porta. Eu copiei a questão (que era o número de uma lei) e devolvi a borracha, que foi passada à frente. Ainda estenderam a prova pra mim, pra eu copiar uma outra resposta.
§ Saí da sala tremendo, achando até o último segundo de caminhada rumo à porta, que a professora iria me chamar e me dar um esporro por eu ter colado. Só que isso era praticamente impossível, porque ela era extremamente lerda (a tanto que tinha gente colando na cara, exatamente na cara dela!).
§ Depois que passei da porta e fiquei livre do alcance dela, comecei a tremer mais ainda, de alívio. Logo em seguida fui tomada por uma euforia. Eu tinha colado e aquilo foi super emocionante – Sempre gostei de aventuras!
§ Eu estava seriamente pensando em me entregar à vida da difusão facilitada, quando a menina que tinha passado a cola na borracha pra todo mundo, fechando a apostila, falou com um risinho de “não acredito”: "#$%&*! Copiei o número errado".
§ Com exceção de 3 pessoas que acreditavam que a osmose era ainda o melhor jeito de se “passar de ano”, toda a sala colocou a mesma resposta errada na prova. Graças a Deus eu consegui nota suficiente para passar direto e não precisei fazer a prova final, me safando assim de ver a cara da mulher outra vez. Mas preferi encarar aquilo como um sinal divino, de que a difusão facilitada pode é complicar em muito a nossa vida.

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