segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Fotos

§ Eu gosto de tirar fotos, mas frequentemente me assusto ao perceber o quão fotomaníacas estão as pessoas. Penso que é resultado dessa "sociedade do espetáculo" na qual vivemos.

§ Uma vez eu li uma entrevista do Paulo Coelho, se eu não me engano, na qual ele dizia que quando viajava e vistava os lugares, não tirava fotos, pois elas são incapazes de registrar a essência do lugar, do momento em si. Concordo em partes: de fato os momentos vividos são impossíveis de serem registrados com perfeição em uma fotografia. Só ficam na memória, e mesmo assim ela é falha. Mas eu gosto de registrar em fotos os lugares que visitei, para quando a memória não estiver lá grandes coisas, poder recordar as paisagens lindas que eu vi num papel, ou na tela do pc.

§ É até engraçado que eu não sou muito de tirar fotos. Não sei se é a timidez ou o fato de às vezes ficar tão abismada, admirando cada detalhe, que quando eu paro pra pensar que preciso sacar uma foto daquilo, eu já fui embora... Já em casa, me pego pensando, poxa, eu tinha que ter tirado uma fotografia daquilo, tinha que ter registrado aquilo outro, não podia ter deixado de sacar uma foto daquele lugar, daquela rua, daquele céu, daquela flor, daquela comida, daquela cena inusitada...
§ Mas então eu me acalmo, pensando naquilo que, como eu já mencionei, concordo com o Paulo Coelho: o importante é o que eu vivi e não imagem impressa. E o que eu vivi a fotografia não pode tirar de mim. Só a memória pode, mas eu tenho tentado treiná-la de modo que ela ainda me permita visualizar mentalmente as coisas que eu vi por muitos e muitos anos.

§ Enfim, o que me deixa mais chocada é notar que hoje em dia as pessoas parecem querer tirar fotos mais para mostrar aos outros do que para guardarem o momento para si. Já sacam pensando em pôr no orkut, no facebook, no fotologblogecoisasafins. Nem curtem o lugar, o momento, as pessoas... não aproveitam os mínimos e deliciosos detalhes porque passam o tempo todo fazendo poses, caras e bocas pra depois se SUPER exporem por aí. Eu não quero saber onde, quando e com quem você esteve. Eu quero saber se o que você viu e viveu foi capaz de modificar o seu modo de ver e viver a vida (a intenção é ser redundante mesmo).

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Flamengo

§ Com esse final de campeonato brasileiro emocionante e que culminou no hexacampeonato do meu MENGÃO, eu não poderia falar de outra coisa que não o futebol. Mas na verdade, mais que futebol, eu vou falar dessa minha paixão que é o Clube de Regatas Flamengo.
§ Eu me tornei flamenguista e amante da emoção do futebol "sozinha". Meu pai só torce para a seleção brasileira e minha mãe entende bulhufas desse esporte, atendo-se a assistir aos jogos do Brasil durante a copa do mundo, e isso porque é a única coisa que todo mundo faz, então nem tem pra onde fugir.
§ Eu lembro que o primeiro jogo que eu assisti foi também de uma copa do mundo, a de 94, Brasil x Rússia. Se eu não me engano, o primeiro jogo do nosso país nessa copa. E desde então, não parei mais.
§ Agora o engraçado é que eu até então não tinha convivido com pessoas aficcionadas ao futebol, então lembro muito pouco de falarem dos times cariocas, brasileiros, do Zico e até do pelé, isso tudo era uma coisa bem distante pra mim. Até uma tarde de um dia, um mês e um ano que eu não lembro, só sei que foi depois de 1994 (a copa é mesmo um marco), que eu estava brincando no playground do meu prédio e que os meninos decidiram fazer um campeonato de futebol de botão. Escolheram os times e a torcida foi praticamente toda pro flamengo. Aquele acontecimento foi tão marcante na minha vida que eu nem lembro qual era o outro time do botão e se ele tinha torcida; só recordo de todos gritando euforicamente flamengo, mengo, mengão! Pronto, fui picada pelo mosquitinho que me transmitiu esse amor, essa paixão pelo rubro-negro carioca e me tornei parte da maior torcida do Brasil.
§ Como mais niguém acompanhava futebol aqui em casa, me tornei uma flamenguista solitária, que teve que descobrir tudo sozinha. Ainda lembro quando os meninos da escola me explicaram como funcionava o campeonato carioca, "deu" procurando a frequência de alguma rádio que estivesse narrando os jogos do mengão (quando os mesmos não eram transmitidos pela TV - até hoje lembro que eu quase sempre ouvia em uma tal de "tropical, tropicalíssimaaaaa"), de ir eu mesma comprar os jornais no dia seguinte às conquistas do time, de gritar escandalosamente pela janela nos gols (coisa que faço até hoje) e minha mãe pra morrer com essa minha atitude!
§ De lá pra cá fui descobrindo que quase toda a minha família por parte de pai é flamenguista. Explicação: a família do meu pai é do interior do RN, e como se sabe, no nordeste a presença do mengão é gigante. Mas como eu só ia a Natal uma vez por ano, nas férias de verão, quando não há competições no futebol, ninguém falava muito, ou melhor, nada disso. Fora os outros parentes espalhados pelo Brasil. Eu tenho vários primos em São Paulo, a maioria é tricolor paulista, mas uma prima minha, influenciada pela mãe (que nunca deixou de ser flamenguista), também é rubro-negra.
§ A primeira vez que fui ao maracanã foi em 2004, na final da Copa do Brasil. Fui com a família de uma amiga minha (desde então, tenho ido ao estádio várias vezes com eles). Nossa, fico arrepiada só de lembrar do maraca lotadérrico, a magnética naquela força, raça e emoção que só ela tem. Inesquecível, e seria melhor ainda se eu e minha amiga não tivéssemos ficado 6 horas na fila pra comprar os ingressos e depois ver o mengão perder de 2x0 pro santo andré.
§ Só que essa foi só uma das milhares de coisas que eu aprendi nesses anos todos que tenho acompanhado o meu FLAMENGO: ele é assim mesmo, ganha quando é impossível e perde quando está com praticamente tudo na mão. Flamenguista é sofredor... quase tudo que ganhamos é de uma maneira meio infartante. Só que a gente gosta, porque o melhor mesmo é vencer na emoção. Mas acho que isso é de qualquer torcedor. A emoção do futebol este nesse sofrimento, nesse desespero, nessa ansiedade e na explosão de gritar o gol. Prova disso é que dentre os jogos mais inesquecíveis na vida de qualquer pessoa, a maioria é de jogos sofridos, como o Brasil x Holando e Brasil Itália da copa de 94, O Brasil x Holanda de 98 e o Brasil x Inglaterra de 2002. E pros flamenguistas também a conquista do tri-estadual de 1999-2001 (esse último com aquele gol inesqucível do pet - síntese da emoção de ser Flamengo), entre outros.
§ Eu sou FLAMENGO, eu amo o FLAMENGO, eu torço muito pelo FLAMENGO, eu me emociono com o FLAMENGO. Eu já até pensei em deixar de ser FLAMENGO, mas descobri que o hino do C.R.F. descreve uma verdade, UMA VEZ FLAMENFO, FLAMENGO ATÉ MORRER...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

All of my days... alone...

§ Hoje assisti àquele filme "500 dias com ela" (500 days of Summer). Resumindo, são narrados praticamente os 500 dias da vida do protagonista desde quando ele conhece a Summer até quando se "livra" dela.

§ Amei o filme: divertido, é uma gracinha sem ter a pretensão de ser gracinha, usa clichês criativos e que por isso não são tão clichês assim, é romântico sem ser romântico e tem final feliz, mas não o lógico. Ri enquanto o assistia, só que agora estou sentindo uma super vontade de chorar...

§ Eu nunca tive um namorado. Eu só tive peguetes e eles completam apenas uma mão. Eu não tenho uma história de amor pra contar. Até tenho uma, mas ela é frustrada demais, de amor nada tem. E eu sei que a culpa "deu" estar sempre sozinha é somente minha; tanto por eu não ser muito atraente e atrativa quanto por eu ser neurótica, não dar chances aos poucos que aparecem e não saber conduzir, mesmo da pior maneira, relacionamentos.

§ Por muito e muito tempo eu tenho ouvido as pessoas me dizerem que um dia, quando eu menos esperar, o cara ideal vai aparecer ou eu vou saber como levar as coisas. A questão é por que isso está levando tanto tempo? Eu não quero que o "amor da minha vida, futuro marido e pai dos meus filhos" apareça agora. Eu só quero que apareça alguém, mesmo que seja pra passar tempo. Alguns me diziam, é porque você está muito ansiosa, só vai aparecer quando você não esperar mais. A esses eu respondo que muitos dias eu esqueci isso, muitos dias eu não esperei (juro por Deus!) e mesmo assim ninguém apareceu.

§ Em muitos pontos do filme eu me identifiquei com a Summer: gostos peculiares, aparências frágeis e fofas porém muito fortes e decididas e aquela vontade de "não ser alguma coisa de alguém". Porque fique bem claro, eu não quero um namorado. Eu não quero um compromisso formal. Só quero alguém pra poder conversar, ir ao cinema e ao teatro junto e depois debater e comentar, desabafar, alguém que me faça lembrar uma música, um livro ou um filme, assistir ao pôr-do-sol junto, trocar mensagens de madrugada, chegar a um lugar e saber que estão me esperando ou esperar por ele, alguém pra escrever uma carta, pra dormir abraçado, pra conversar mais e quando não tiver mais nada a ser dito, simplesmente continuar caminhando de mãos dadas.

§ E nesses meus recém-completados 24 anos de vida, esse alguém nunca apareceu. Como disse, me identifiquei com a Summer em algumas coisas. Em outras não. A Summer sempre teve "alguém", apesar de não admitir. Ela encontra o amor da vida dela enquanto está num restaurante, lendo o retrato de Dorian Gray. quando o seu futuro marido a interrompe para comentar uns detalhes sobre o livro. Pois bem, nos meus muitos devaneios eu às vezes imaginava como o meu amor, ou o meu "alguém", apareceria na minha vida. E mesmo antes desse filme sonhar em ser produzido, eu me imaginava (e continuo imaginando, de vez em quando), sentada no metrô, lendo um livro, quando ele chegaria e sentaria ao meu lado, e aproveitaria os poucos segundos nos quais eu desviaria os meus olhos das letras para algum ponto fixo a fim de refletir sobre algo que tinha acabado de ler, como eu disse, ele aproveitaria esse momento para me "interromper" e comentar algo sobre ese livro que ele também tinha lido, ou tinha vontade de ler, ou já tinha lido alguma coisa sobre o mesmo autor e gostava muito das obras dele, ou só pra comentar algum detalhe mesmo que pífio, e esse seria o início de uma conversa que culminaria em uma troca de e-mails (eu sei, as pessoas trocam os celulares, mas eu prefiro a princípio falar escrevendo que simplesmente falar), várias outras conversas e então ele seria o meu "alguém", ou quem sabe até o meu amor.

§ É nesse ponto que eu e a Summer somos diferentes. Enquanto eu sonho, penso, imagino, devaneio, enquanto eu fico só na expectativa, só criando as historinhas na minha cabeça, as historinhas dela acontecem, são reais. Pensano assim, sou mais parecida com o Tom: expectativas x realidade. Só que o "verão" passou na vida dele, e até o "outono" chegou. Todos os meus dias têm sido um inverno eterno.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Palavras da Lud

§ E-mail que a Ludmila Jose Cuervo Murta enviou agora há pouco para os mochileiros e que está mefazendo chorar desde então:

Putz. Resolvi ir escrevendo esse e-mail aos poucos, enquanto estou aqui no limbo (sim, no limbo.. afinal, eu não voltei pra casa ainda, mas não tô mais com os mochileiros. Estou no Rio, mas tô "internada" no hotel do congresso... osso!)... Se eu deixasse pra escrever depois, provavelmente ia ficar cada vez mais difícil e eu iria acabar não escrevendo nada (como aconteceu com Jundiaí). Comecei às 10:00 do dia 04/11.. será que termino hoje ainda?

Cara. Saudade tá matando, véi. (rs)

Galera, SEM PALAVRAS pra descrever como foi passar esses dias todos com vocês. Cada encontro nosso é sempre um caso à parte. Por mais que as condições climáticas e geográficas não sejam favoráveis, a gente sempre dá um jeito e transforma tudo em uma das experiências mais marcantes de todos os tempos (e toda vez é assim.. e a gente se supera sempre).

Nanda e Sara foram as perfeitas anfitriãs. Deram dicas valiosas, e realmente acho que não temos nada a reclamar (a não ser com São Pedro). Sem dúvida alguma, as duas pinguins colocaram o resto da galera numa posição dificilíma pra receber a galera nos próximos encontros oficiais. O padrão de qualidade ficou alto demais. Já to aqui descabelando só de pensar em como vai ser quando o encontro for em BH... to lascada! rs!

Nanda, não tenho nem como te agradecer por tudo que c fez nesse feriado. Já cadastrou o Albergue da Tia Fer no hostel world? Já falei que c pode colocar fácil fácil a diária a R$100,00, que ainda tá barato. rs. Brigadão mesmo por tudo... pelo transporte, pela alimentação (super balanceada, é claro!), pelo abrigo prolongado, pelas informações turísticas valiosas (eu nunca ia reparar que tem uma formação no Rio que parece um gigante deitado .. rs) e, principalmente, pela confiança e pelo carinho. Eu e Dial-O-Ney conversávamos sobre isso.... tem que ter muita confiança pra hospedar na sua casa uma galera q vc viu só 2 vezes na vida. É tudo muito doido.. essa é que a verdade. rs

Sara pinguim.... Companheira mesmo, especialmente nas habilidades que exigem coordenação, né! rs! Foi um prazer sem igual poder comemorar seu aniversário com vc literalmente do começo ao fim. Jamais vou esquecer duas carinhas q você fez: uma lá na Rio Scenarium, quando a gente tava cantando parabéns pra você, e a outra no bondinho, no parabéns pra vc mais repleto de adrenalina de todos os tempos. Dia 31/10/09 virou marco histórico! Acho até que deveríamos postar este dia na wikipédia, hein... ia ser show!

Diogão, sua cirurgia é amanhã, né... Espero que corra tudo bem, e não deixe de dar notícias pra gente. Tenha certeza de que você fez muita, MUITA falta mesmo. Cuide-se direitinho pra que você não perca mais nenhum encontro nosso!!! E a gente tá torcendo daqui!!!!!!!! Amamos você!!!!!!!

Bá, nem em pensamento c foi não, rapaz. Furão é furão, não pode participar nem em pensamento não. Deixa de ser intrometido! Mesmo porque, c tinha bem que estar em Salvador pra poder garantir companhia pro passeio ao Maraca na terça. Valeeeeeeuuuu furããããoooooooooooooo!

Dio e Léo, brigadão pela companhia na terça. Depois do passeio pela orla com a motorista com direção mais incisiva do Rio (a praia tava divina!), valeu demais o city tour no ônibus Real, com direito a Ruffles Cebola e Salsa (pra lembrar do lanchinho esperto que a Nanda providenciou pra praia e pra homenagear nosso camaleônico Totembox - in memoriam.... já que o totembox original virou , né febox). E você me paga, Dial-O-Ney.... Fazer credenciamento com olho inchado não foi nada bom. Vieram 5 me perguntar se eu tava bem. Deu vontade de responder "Eu tava, mas Papai Smurf quebrou o combinado e me fez quebrar o combinado também". Ô despedida difícil!

FH, dado o seu esquecimento, temos que encontrar dia 20 pra dar fim ao invólucro dos deuses ( = garrafa de Absolut). E, já sabe... Não acho que a galera toda tinha q morar no mesmo condomínio... Acho que todo mundo devia morar sim no mesmo condomínio, mas em um condomínio itinerante. rs.

Glauco, não tenho como te agradecer pelo forró no Bom Sujeito. Falei com a Li (usuária permanente do meu colo! hehehehe) que foi a realização de um sonho mesmo. Sempre fui fã de forró, mas minha total falta de coordenação motora e ginga nunca me permitiram nem tentar dançar. E... putz.... Dançar forró, com rodadinha e tudo, sem cair (tá, embolei nas minhas pernas, mas não cai.. é o que importa).... NÃO TEM PREÇO! Brigadãooooooooooooooooooo meeeeeeeeeeesmoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo!!!

Eliane, querida! Foi a conta da gente dar um tchibum em Ipanema, hein? E rachei de rir da foto nossa com a pseudo Garota de Ipanema... Você, sempre simpática, ainda saiu super simpática com a folga da fubanga da menina.... Só você!! Só você!!! rs!

Karol, quase num vi a verdadeira Karol no samba hein... Mas a Smirnoff Ice eu vi! Eu vi!!! E vi o samba no pé que ninguém diria que vc tinha, hein!!!

Juuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!!!!!!! A gente devia ter te colocado pra dirigir no Rio.. Já imaginou que upgrade? Dessa vez foi a vez do Dial-O-Ney, mas na próxima você não escapa! Quem sabe a gente te coloca pra dirigir em Salvador? Ia ser bala (como diz Papai Smurf). E... a sua zuação pro Febox na sacada da casa da Nanda, antes da foto no automático.... FOI PERFEITA!

Adriano... cara, eu não poderia voltar pra BH sem dançar contigo, né! Revivendo os bons tempos da balada do Ritz! ehehehehehehehe! Adoro você, rapaz.... E principalmente as suas previsões "Chuuuuuuuuuuuuuuva traz o benzinhoooooooo... E vai trazer, Lud.. c vai ver". Aeeeeeeeee!!! ehehehehehe

Febox.... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk... só consigo rir, véi! SHOOOOOOOOOOOOW de Mariobox! Conferiu aí pra ver se o nome da mochila tá vazado ou não? Acho que vc viajou com a mochila errada, hein!!!!! E o estômago tá zoado, véi? ahuauahauhauahauaha

Lívia e Flávia.. Perderam a Nuth, viu. Tenho certeza que vocês iam adorar. E o Cristo também... foi show!!! Na próxima tentem voltar mais tarde pra casa!

Pois é, galera...
E pra terminar esse testamento, proponho um exercício de registrar aqui no grupo os ensinamentos, cenas e frases impagáveis do encontro. Teve taaaaaaaaaaaaaaaaaaanta coisa, que a gente acaba esquecendo de episódios hilários!
Eu comecei listando algumas coisas que lembrei... Se quiserem completar, fiquem à vontade! rs! Tem algumas coisas que aconteceram só com parte do grupo, mas que valem registro..... né febox! kkkkkkkkkk

Ensinamentos, frases e cenas impagáveis:

1) Plaquinha é mais constrangedora pra quem a segura do que para a pessoa a quem ela é dirigida.

2) Há aqueles que não sabem dançar e..... aqueles que dançam com ataque epilético.

3) Se seu ego não anda lá uma brastemp, é porque você não circulou direito pela noite carioca.

4) Encontro de mochileiros pára tudo... Até roda de samba. E cria a própria, totalmente democrática.

5) Mil anos falando do Cristo.. soltam "Ó Ele!" .. E perguntam.. "Ele quem?"

6) Lei da atração existe.. e funciona. Senão o Dioney é macumbeiro e substituto oficial de São Pedro, e Adriano é pai de santo (afinal, ele
cantou chuva traz o meu benzinho e terminou dizendo "e vai trazer"... 10 minutos depois é... GOOOOOOOOOOOOOLLLLLLLLL!)

7) Foto presente... Só os mochileiros fazem por você.

8) Ônibus, R$2,70... Ingresso pro bondinho, R$40,00.... Ficar preso no bondinho no dia do seu niver, com todo mundo cantando "Parabéns pra você"..... Não tem preço!

9) Momentos de tensão no bondinho, todos falando juntos... De repente, 2 segundos de silêncio espontâneo do grupo, e o Chaves-Joselito ecoa dizendo "E o problema depois vai ser achar os corpos".... Ôôôôô matou metade da galera do coração, né Nanda?

10) "O que é que você tem na boca Maria" também é trilha romântica. Pelo menos como exemplo.

11) Pontos turísticos do Rio também incluem o tio de cueca-tanguinha do prédio ao lado...

12) Aliás, Big Brother de mochileiro também é de prédio vizinho, até que o Dial-O-Ney siga o sonho de FH. É nóis na final do BBB!

13) As casas noturnas do Rio inovam sempre... Oferecem serviços adicionais que fazem toda a diferença. Por exemplo, a Nuth e sua massagem capilar (ou brincofagia, como queiram.. ).

14) Irmã de figura, figura é. Que o diga a irmã da Ferrrrr!

15) Febox foi pro samba e se divertiu. Pegadinhabox? Claro que não..... A foto oficial prova isso. Tem rock 'n roll no samba, véi!

16) Falta de sono adequado faz as pessoas terem sérios e contrangedores problemas na fala.... E gera a risada em dupla que lembra
Beavis & Butthead. (poooooooooo rachei de rir aqui agora.. e fiquei com vergonha de novo, febox. kkkkkkkk).

17) As aparências enganam. O Hotel OK nem é pegadinhabox... E apesar de estar na mesma região do Hotel Nice e do Hotel Very Good (kkkkk), é bacaninha, viu? É quase, quaaaaaaaaaaaaaaaaaaase, um Copa. rs.

18) "I gotta a feeling, that tonight's gonna be a good night". "Véí, vocês vão lembrar de mim dizendo que é pra lembrar desse momento, e não do momento em si".... De fato, véi! Aconteceu bem isso! rs!

19) "Essa fila vai demorar pra sempre?" Hehehehehehehe... nada.. a gente pode ficar 2h na outra! kkkkkkkk

20) "Você não entendeu? Eu não vou! Não. Não. Não."

21) "Será que a Maria Rita pegou meu dinheiro, véi?".. Se pegou, pegou o seu, o meu, o de Léo.. de todo mundo, véi!

22) "Eu te amava até 5s atrás"... E é verdade... Amor nenhum resiste a adjetivos como "cadeiruda".

23) "Ó o Pão de Açúcar!" *apontando pra placa da entrada do Supermercado Pão de Açúcar... Né Léo-Bá2? rs*

24) "Eu não sou machista"... "Ha vai se tratar! E rápido!"

25) Ser "um dos caras" te dá informações mais que privilegiadas. E algumas cenas hilariamente constrangedoras. rs

E.. a conclusão mais séria, objetiva e certeira de todas... O que une os mochilerios? Uma coisa simples... dizer "EU MEREÇO!". Nós merecemos viver, nós merecemos gastar nosso tempo com a gente mesmo, nós merecemos fugir da rotina, nós merecemos pensar em outra coisa diferente dos problemas dos outros, nós merecemos a felicidade!

É... Então..
13:55 da tarde...
Encerrando o e-mail.. com uma dor no coração gigante. E saudade sem fim de vocês.
Xô fingir que to prestando atenção no seminário, né! ´Mas é missão impossível, depois de lembrar tanta coisa!

Amo vocês, pessoal...
De verdade.

Pô, chorar no seminário tá foda.

Saudades!!!


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Você recebeu esse (e outros trocentos emails) por ter tido a infelicidade de conhecer um monte de brasileiros no Chile em Junho de 2009.

Para retribuir o enchimento de saco, envie um email para:
brasileiros-no-chile-06-2009@googlegroups.com


Para "dar de cuzão" e sair do grupo, mande um email para:
brasileiros-no-chile-06-2009+unsubscribe@googlegroups.com


E para fuçar no histórico e tudo mais pela internet, acesse:
http://groups.google.com/group/brasileiros-no-chile-06-2009?hl=pt-BR

sábado, 24 de outubro de 2009

Os céus


§ O céu pode ser um só, mas ele se apresenta de formas diferentes. É como se quisesse presentear aqueles que se mantiveram mais próximos à sua forma natural, mostrando a eles suas mais belas nuances.

§ As luzes sem fim das cidades grandes, que tiveram seus territórios devastados por prédios e mais prédios, parecem querer competir com a luz das estrelas e da lua. O céu, em troca, não brilha muito. É o seu castigo. É claro que às vezes ele nos oferece um mimo, como a lua alaranjada gigantesca que paira no mar de Copacabana de vez em quando. Porém, sem dúvida, é nas cidadezinhas e especialmente nos lugares desabitados que ele expõe sua configuração mais bonita.

§ Eu o apreciei nas suas formas mais lindas duas vezes: a primeira foi a mais esplêndida e a segunda surpreendente. Quando fui ao Salar do Uyuni e ao Deserto do Atacama eu já sabia que veria o céu mais magnífico da vida. Várias pessoas já haviam relatado e ao vivo eu pude confirmar: o ceú mais puro, azul e cheio de estrelas. Tão cheio de estrelas que eu me senti flutuando nos meio das galáxias. Deslumbrante.

§ Na segunda ele estava quase da mesma forma que a primeira; um pouco menos de estrelas, apenas. Só que o que me surpreendeu foi o fato de eu não esperar vê-lo assim, como na primeira vez. Eu estava viajando de ônibus de Bariloche para Buenos Aires. Tinha saído à tarde e no caminho vi paisagens lindas... lagos super azuis, flores super coloridas, montanhas com o topo nevado, céu com poucas nuvens e de um azul intenso. A noite chegou e eu continuei olhando a janela, mas o engraçado é que eu não olhava para o alto, não olhava para o céu. Mirava somente a altura dos meus olhos, apesar de não conseguir enxergar nada devido à escuridão. Eu lembro que estava pensando que nessa mesma noite estava acontecendo o casamento de uma super amiga minha aqui no Rio, e eu fiquei triste por não estar presente. Mal terminei esse pensamento e olhei pela janela novamente, dessa vez mais para o alto: escrevendo agora eu me arrepio, da mesma forma que me arrepiei quando vi o segundo céu mais lindo da minha vida, quase tão incrível quanto o do Atacama. Passei vários minutos admirando aquela maravilha, com os olhos cheios d'água e com uma felicidade sem fim por estar naquele lugar. O céu maravilhoso não durou muito... aos poucos as estrelas foram sumindo, acho que fugindo de uma cidade que se aproximava. Assim que voltei ao Rio contei à minha amiga recém-casada o episódio.

§ Eu gosto muito de olhar o céu, mas o melhor mesmo é olhá-lo "sem querer" e se surpreender.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O resumo da novela

§ Sabe uma coisa que eu acho interessantíssima? É que aqui no Brasil as pessoas são tão aficionadas em novelas (ou não), que mesmo que você não assista a elas, sabe exatamente tudo o que está acontecendo, especialmente se a tal novela for a das 8, que na verdade passa às 9: quem está pegando quem, quem vai morrer, quem vai ter filho, quem humilhou quem...
§ Se você está caminhando nas ruas, vai ver um milhão de jornais ou revistas pendurados nas bancas com as fofocas da novela. Se vai a algum médico ou ao salão, lás estão as revistinhas pra você passar o tempo. Se está no metrô ou no ônibus, é bem capaz de ouvir seres conversando sobre as últimas dos folhetins. Se abre um site de notícias, não tem jeito, em algum cantinho vai ter alguma notício sobre o que ocorrerá no capítulo da noite.
§ Enfim, eu ainda não assisti a um capítulo sequer dessa nova novela do Manoel Carlos, mas se existe algum ser ainda perdido com a trama do Leblon (o que eu acho muiti difícil, vide o que escrevi no segundo parágrafo), vou esclarecer tudo agora: A Lília Cabral e o Zé Mayer eram casados e têm 3 filhas, uma delas a Aline Moraes, que é modelo. Só que o casalzinho se separou e o Zé Mayer cismou de pegar logo quem, a Taís Araújo, que é a modelo rival da Aline Moraes. Mas como já sabemos que novela para o Zé Mayer é micareta, ele agora tá de olho na Giovana Antonelli, e como o Maneco é o único ser desso universo que acha que o Zé bonitão e charmoso, é óbvio que o micareteiro traça a Giovanna, que por algum motivo, que eu ainda desconheço (mas vou olhar melhor as revistas na banca, juro), vai ser a vilã da novela.
§ Imagina se eu assistisse...

sábado, 10 de outubro de 2009

Quase Furadas

§ Voltando a falar da viagem, vou escrever agora sobre as furadas, quer dizer, quase furadas nas quais me meti. Graças a deus nunca vivi grandes perrengues nem nesse nem no outro mochilão, e sou totalmente contrária a essas pessoas que acreditam que esse tipo de viagens tem que ser cheio de problemas. Mas a verdade é que quando você vai por conta própria, com a cara e a coragem enfrentando e desbravando o "mundo" e sem saber como vai ser o seu dia, torna-se inevitável não se deparar com algumas situaçõe(s)zinhas mais complicadas, mas que você ri depois que passa. Vamos a algumas delas então:

§ 1º: Eu fui de BsAs pra Montevidéo de Buquebus. Tomei o barco num domingo às 19:30h para chegar à capital uruguaia por volta das 22:30h (juntando o embarque, pegar a mala e a imigração, 23h). Até aí tudo bem. O problema é que eu não tinha trocado o meu dinheiro por pesos uruguaios, e durante o trajeto mesmo descobri que o câmbio que fica no porto já estaria fechado, ou seja, eu não tinha dinheiro para tomar um táxi ou ônibus. Para completar a situação, também não tinha reserva de albergue, tinha só o nome e o endereço de três e além de tudo não tinha mapa e diferentemente de BsAs e Santiago, que eu já conhecia ou pelo menos tinha uma noção por meio de mapas, eu não fazia idéia de como era Montevidéo. Nem dava pra cogitar ir caminhando do porto até algum albergue, porque eu não saberia que caminho tomar. Mas, como diz uma amigo meu baiano, Deus é mais. Logo ao desembarcar fiquei sabendo que a buquebus oferecia aos seus passageiros um ônibus que ia até o centro, e como o Che Lagarto ficava na Plaza Independência, bem no centro e um dos lugares mais conhecidos da cidade, resolvi pegar o bus e ir pra lá. Só que na verdade o ônibus ia até um determinado bairro e a primeira parada é que era no centro da cidade (e eu só fui descobrir isso depois de o motorista gritar várias vezes e eu quase perder o ponto). Desci e o motorista disse que eu tinha que andar 5 quadras para chegar à praça. Agora imagina uma mulher andando sozinha às 23:30h com um mochilão nas costas e uma mala menor na mão (a essa altura da viagem as coisas não cabiam mais na minha mochila e eu tive que comprar a bolsa - e olha que não sou consumista e só tinha comprado 2 blusas até então!) por uma cidade que, apesar de ser relativamente segura, ela não conhece. E o desespero aumentou depois que eu passei das 5 quadras e não vi a bendita Plaza Independência. Após caminhar por mais uns três quarteirões cheguei a um cassino e finalmente vi uma mulher (até então só havia homens na rua, que ficavam soltando piadinhas), que me informou que era só subir uma ladeirazinha que lá estaria a praça. E estava, mas quem disse que o meu martírio tinha acabado? Eu rodeei praticamente a praça toda e não encontrei o hostel (na verdade, ele estava bem discreto no único ponto que eu pulei). Precisei da ajuda de um funcionário de uma farmácia 24h, que ficava em uma avenida próxima, pra encontrar o lugar por volta da meia-noite. O mais engraçado é que na praça havia um hotel mais chique (não lembro o nome agora) que devia ser pelo menos 4 estrelas, e eu quase entrei lá, pra passar pelo menos uma noite.

§ 2º: Essa quase furada teve a mesma causa da primeira narrada. Voltando de Montevidéo, eu cheguei ao porto de BsAs às 7:30am. E pra variar eu também não tinha trocado o dinheiro. Por sorte, tinha uns trocados em peso argentino, e ao contá-los, deu 17 pesos e alguns centavos. Fui fazer uma pesquisa e descobri que uma corrida de táxi até a Avenida de Mayo custaria por volta de 25 pesos. Eu até poderia ir andando, a distância era grande mas nada surreal. O problema é que além do peso nas costas eu estava com uma cólica insuportável, dessas que (in)felizmente tenho uma vez por mês. Decidi então ser cara-de-pau e fui mendigar com os taxistas. Eu estava quase desistindo e indo a pé quando uma alma caridosa topou me levar até lá por todos os pesos argentinos que eu tinha em mãos. Tá, essa nem foi tão furada assim e mesmo que eu fosse caminhando, pelo menos havia a luz do dia. Mas a terceira foi sim uma quase furada. E se não tivesse esse quase na frente, seria uma das maiores furadas da minha vida.

§ 3º: Como eu já tinha ficado no milhouse velho e apesar dele ser legal eu não ter achado essas mil maravilhas, resolvi me hospedar no novo nessa minha volta a BsAs. Eu não tinha o endereço mas sabia que ele ficava na Avenida de Mayo. Lembrava também de ter visto uma placa de albergue com o nome "avenue" por lá, e como o nome do novo milhouse é milhouse avenue, achei que era nessa palca que eu tinha visto antes. Entrei no lugar e achei bem diferente das fotos que eu tinha visto do albergue. Entre os recepcionistas havia um brasileiro muito safado de Porto Alegre. Explico o safado: eu achei estranho o albergue ser o milhouse e quando comecei a conversar com esse brasileiro, ele foi falando coisas que davam a entender que era o milhouse sim, só pra eu ficar lá. Na verdade, esse era um albergue chamado Avenue, que nada tinha a ver com o milhouse. Se você está lendo isso, NUNCA fique lá. Foi o pior hostel que vi na vida! Totalmente sujo, imundo. Havia 2 meninas dormindo no quanto que eu entrei. Tinha de tudo espalhado pelo chão: até cotonete usado. As pessoas lá eram muito estranhas. Enfim, era horrível e apesar de o gaúcho ter tentado me enganar, tinha certeza que não era o milhouse. Piquei a mula e fui ao milhouse antigo só pra pegar o endereço do novo. E ainda bem que fiz isso, porque essa minha estada no milhouse avenue foi simplesmente uma das melhores coisas da vida! Totalmente intensa e demais. Conheci pessoas muito legais também, inesquecíveis. Ter ido àquele avenue foi sim uma quase furada.

§ Enfim, esses não foram os únicos perrengues dessa viagem. Eu tive um problemão com o meu cartão e por pouco não volteo pro Brasil na metade do mochilão, entre outras coisas que aconteceram. Esses três descritos acima foram só algumas situações daqueles que, depois que passam, são até divertidas.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Sim, nós podemos mudar

§ Quando anunciaram hoje que o Rio foi eleita a cidade sede para os jogos olímpicos de 2016 eu chorei de emoção. Há algum tempo escrevi aqui sobre a politicagem e sobre a questão desses eventos esportivos. Eu era um pouco contra essa vinda dos jogos pra cá, porque sempre enrolam e enrolam e no fim não obtemos nenhum benefício com isso. Por exemplo, pros jogos pan-americanos falarm que iriam fazer isso e aquilo, e mais não sei que lá, e de fato o que fizeram? Nada.
§ Por isso o medo com as olimpíadas. De qualquer maneira, agora acredito um pouco mais que mesmo que elas não sejam perfeitas, alguma coisa, mesmo que ínfima, será feita para a melhoria da cidade. Por que acredito nisso? Ora, porque agora o Brasil é visto como um país mais sério e há uma "reputação" a ser zelada. Porque, ao elegerem o Rio, o "mundo" quis dar um chance ao nosso país de mostrar que esse bom momento que vivemos não é passageiro e que agora ao coisas vão começar a funcionar. E foi isso que me emocionou, e não o simples fato de que talvez eu vá assistir às olimpíadas ao vivo e a cores.
§ Eu tenho 23 anos. O desespero já está batendo e eu tô me sentindo velha, mas sendo realista e racional, eu sei que minha idade é pouca e tem muito mais gente nesse país com muitas mais histórias pra contar. Pra História, aliás, 23 anos é pouquíssimo tempo. Mas é que nesse pouco tempo eu vi a história do meu amado país mudar.
§ Nasci já no Brasil democrático e lembro que uma professora universitária que sempre nos dizia que enquanto nós tivemos o privilégio de começar a votar com 16, 17, 18 anos, ela só pôde fazer o mesmo depois dos 40.
§ Desde que me entendo por gente, o país estava sempre vivendo em crise: impeachment logo após a volta à democracia, as crises econômicas sem fim, a hiper inflanção, a maior desigualdade social do planeta, o desemprego, a dívida externa. Eu lembro que a nossa estima era muito baixa... Todos os meus amiguinhos já diziam desde cedo que quando crescessem, iriam morar fora do país, pois o Brasil não tinha jeito. Eu, que sempre fui patriota, ficava revoltada com isso. Dizia que a situação iria mudar, que tinha jeito sim, apesar de nem eu mesma saber como isso seria possível. Agora mesmo, quando leio que já pagamos toda a nossa dívida externa, eu lembro que lá pelos meus 11, 12 anos era inimaginável pensar que isso aconteceria, pelo menos em minha geração.
§ Pois então, o que eu quero dizer, o que realmente me emociona é saber que tive o privilégio de ver as mudanças acontecendo no meu país. É claro, não dá pra fingir que não temos problemas, até porque ele ainda são muitos e bem visíveis. Apesar de muitos terem deixado a pobreza e a miséria, ainda há bastante gente vivendo nelas. O acesso às escolas aumentou bastante, mas a educação ainda é péssima. Mas o que eu quero dizer é que as coisas agora pelo menos estão melhorando. A passos muito lentos, mas estão melhorando, o que já é alguma coisa porque até bem pouco tempo atrás as coisas só faziam piorar e eu pensava que talvez os meus amiguinhos estivessem certos, o Brasil não tinha jeito...
§ O que me alegra em tudo isso é pensar que agora estamos no caminho certo. Temos muito o que fazer ainda, mas já estamos seguindo o sentido que deveríamos ter seguido há muito mais tempo. E o que melhor reflete esse "caminho certo" pra mim é a estima do brasileiro. Se antes tínhamos vergonha, nos julgávamos inferiores até aos nossos hermanos, agora já temos muito orgulho de ter nascido nessa terra. Não é mais preciso uma copa do mundo pra vestirmos a nossa camisa (tudo bem que isso também se deve ao fato de o Brasil ter virado moda na Europa há uns aninhos - mas até essa moda tem a ver com a nossa estabilidade política e o desenvolvimento econômico e social). Hoje as criancinhas gritam "Brasil, Brasil" felizes e orgulhosas, mas na minha época tínhamos vergonha, não havia motivos para comemorar.
§ Foi por isso tudo que eu chorei. Foram essas mudanças que me emocionaram. Eu sei que aqui ainda há mais problemas que coisas boas, mas eu tenho esperança de que nós vamos mudar e o Brasil será sim o melhor lugar para viver.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O pipi do cachorro

§ Hoje eu chorei pensando na minha vida. Pensando nos meus problemas, nas decisões que eu tenho que fazer. Pensando nos rumos que eu vou tomar. Acho que é a primeira vez que eu não tenho a menor noção de como estará a minha vida em um prazo curtíssimo de tempo. Eu não tenho idéia do que fazer em janeiro, do que vai acontecer, em qual cidade estarei morando. E essa não previsão do futuro está me afligindo.
§ Enquanto eu chorava refletia também que há muitas pessoas com problemas piores que os meus. Para muita gente, aliás, os meus problemas seriam nada. Talvez até eu esteja dramatizando demais. Pior seria ter uma doença grave, como câncer, ou sofrer um acidente e ficar paralítica. Ou que isso acontecesse com meus pais ou meus amigos, ou pior ainda, ter um filho e ver essas mazelas ocorrendo a eles. Ou ter uma família pra sustentar e perder o emprego, entre outras coisas, que são dramáticas de verdade.
§ Por conta dessas reflexões e desses choros eu decidi ir ao trabalho caminhando pela praia. Além de ser mais rápido, é uma forma de ver a natureza e agradecer a Deus pelas maravilhas que ele criou, em vez de ficar resmungando. Só que o problema é que hoje estava chovendo um pouco e ventando. Quando não chove, já venta bastante na praia, bem mais que na Nossa Senhora e na Barata, porque os prédios nos protegem, é óbvio. Então, antes mesmo de chegar à praia, eu sabia que estaria ventando bastante, mas decidi ir por lá mesmo.
§ Pois bem, o vento estava tão forte que mal cheguei à Atlântica e ele entortou a armação do meu guarda-chuva. Isso mesmo, não é que tenha simplesmente virado, ele entortou aqueles ferrinhos de sustentação e eu acabei ficando sem o guarda-chuva. Fui o caminho todo na chuva e contra o vento forte. Lembrei então de um episódio do Chaves, no qual dá tudo errado pro professor Girafales. A dona Florinda termina com ele e várias tragédias acontecem depois. Alguém chega e fala que só faltava um cachorro fazer xixi nele. E aí no final ele aparece com as calças sujas de xixi de cachorro.
§ Como eu já falei, com certeza existem coisas piores acontecendo, pessoas enfrentando situações bem mais difíceis que a minha. Mesmo assim eu estava me sentindo acabada, derrotada, deprimida. E o guarda-chuva entortado foi para mim como o pipi do cachorro para o professor Girafales...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Bienvenido a Chile - Parte 2


§ O Chile sofreu com uma das ditaduras mais sangrentas da América Latina. Conversando com a Andrea, dona da pousada na qual me hospedei em Pucón, a mesma começou a falar do quanto admirava os brasileiros, que nós éramos e estávamos sempre alegres, sem importar o que acontecesse. Para ela, os chilenos eram sérios, carrancudos, tristes demais. Eu e o FH, um dos brasileiros do mochileiros.com que estava comigo em Pucón, confabulamos se talvez a ditadura, que como eu mencionei, foi uma das mais sangrentas da América Latina, não os tivesse deixado assim. Ela contou que pode até ter acentuado essas características, mas que eles sempre foram assim, meio tristes.

§ Eu lembrei então que uma vez o Neruda, ele próprio chileno, escreveu que a geografia de um país reflete bastante as características e espírito de seu povo. E o Chile é assim: estreito entre a cordilheira e o mar, aliás a cordilheira parece querer empurrá-lo para o mar, cheio de falhas geológicas, de catástrofes causadas por terremotos e vulcões. O Chile é um país ferido geológica e geograficamente, e ao que parece, seu povo também...

§ Há um outro motivo para essa "tristeza" chilena: o clima, que geralmente é frio. Deve haver pesquisas que comprovem isso, mas mesmo sem citá-las podemos chegar à conclusão de que as pessoas de lugares muito frios são mais sérias e reservadas que as de lugares quentes. Pessoas que vivem em países tropicais, mesmo que pobres, parecem ser mais felizes do que as que vivem em países frios. Exemplo disso somos nós, os latinos, super calorosos. A Andrea falou que no norte do Chile, que é mais quente, as pessoas são mais alegres e calorosas, o que eu pude comprovar quando estive lá. À medida que se vai descendo pelo país, o povo se torna mais reservado.

§ Isso me fez pensar em mim mesma. Sempre odiei o calor e amo tempo frio. E por mais que as pessoas achem o contrário, sou "interiormente" falando, fria. Nunca fui muito de abraçar e beijar e sair falando com todo mundo, nunca tive essa brasilianidade, essa alegria excessiva. Acho que agora até melhorei; depois que comecei a mochilar na América Latina me tornei mais latina. Estou mais alegre, de vez em quando até gosto de dias com sol (mas que sejam frios ou no máximo frescos, quentes não!!) e não tenho mais manifestado tanto aquela personalidade introspectiva e depressiva que eu sempre costumei ter... Tá bom, esse post não é sobre mim!
§ Voltando a falar do povo, a Andrea também nos contou sobre a rixa que existe entre os chilenos e os argentinos (aliás, os argentinos têm rixa com TODOS os países sul-americanos). Eu preciso estudar mais História, porque não sei se foi uma guerra ou uma simples disputa, só sei que a Andrea falou que (há muito tempo) o Chile cedeu uma parte da Patagônia aos argentinos, que hoje faz parte da Patagônia argentina. Mesmo assim, nuestros hermanos cismam em afirmar que os chilenos estão doidos pra invadir a patagônia deles (como se sempre houvesse sido deles). Eu mesma lembro de já ter lido inúmeros comentários assim nos sites do La Nación e do Clarín. Coisas do tipo, como o mar está subindo e eles não têm muitas terras, estão se rearmando para nos invadir e nos fazer colônia deles. É pra rir né.... os argentinos são muito histéricos, mas isso também é assunto pra outro texto.
§ Aproveitando que eu já citei Pucón, vou escrever um pouquinho acerca dessa cidadezinha. Ela é minúscula, tem uma avenida principal e algumas ruas que a cruzam. Em qualquer ponto da cidade onde você se hospede, estará bem localizado. Pucón está às margens do lago Villarrica, próxima ao lindo e ativo vulcão que leva o mesmo nome do lago. Assim que eu cheguei à pousada, vi na porta uma mensagem que dizia para não dar comida aos cachorros na rua. Como eu tenho medo de cachorros, nem me atreveria mesmo a fazer isso. Muito bem, foi só eu sair pra dar umas voltinhas que os cachorros começaram a me seguir. Cara, os cachorros da cidade reconhecem os turistas, e como eu fui em uma época de baixa temporada (o lugar tava praticamente vazio), não tinha muita gente pros bichanos seguirem. Aí já viu né... eu passei três dias lá e nos três dias TODOS os cachorros da cidade me seguiram. Isso mesmo, TODOS. Às vezes eu entrava nos mercados, nas lojas e ficava uns minutos lá pra ver se os bichos sumiam, mas era só colocar o primeiro pé pra fora que eles reapareciam e me seguiam novamente.
§ Eles também ficavam atrás do Murilo e do FH, que estavam comigo, mas o alvo principal era eu. Eles só iam pras bandas dos meninos quando não conseguiam espaço perto de mim (eram uns 10). Eu acredito que deve ter sido porque eu tava sempre comendo alguma besteira, algum doce, e colocava o papel e a embalagem nos bolsos. Eles deviam sentir o cheiro e por isso ficavam me seguindo, só pode! O mais engraçado é que no meu último dia lá eles estavam atacados. Então de vez em quando tentavam atacar alguém na rua. E as pessoas me xingavam, achando que os cães eram meus. Logo eu, que tenho tanto medo de cachorro...

Bienvenido a Chile


§ Chile, provavelmente o primeiro país latino-americano a ingressar no chamado primeiro mundo. Eles ainda têm muitos problemas para resolver, ainda têm muita pobreza e desigualdade também, mas com certeza estão melhores que nós e quase todos os nuestros hermanos de continente.


§ Este país estreito e fino tem uma vantagem: uma pequena população. Convenhamos que é muito mais fácil "cuidar" de 16 milhões de pessoas que de 190 milhões, como no nosso caso. Só que esse não é o único motivo do desenvolvimento chileno. Há vários, eu não sei todos e de qualquer maneira, o desenvolvimento deles não é o motivo d'eu estar escrevendo este post. Eu só quero mesmo falar um pouco do que eu vi e vivi no Chile, das minhas impressões acerca desse país encantador.


§ Eu já tinha passado rapidamente pelo norte do país em um outro mochilão que fiz, porém foi bem rápido mesmo. Eu precisava voltar ao Chile para conhecê-lo melhor. Eu precisava voltar à terra e palco das narrações da Isabel Allende, que eu tanto gosto. Aliás, acho que foi por causa da Allende que eu passei a gostar do Chile.


§ O primeiro contato com o país é na imigração / aduana: a deles é bem demorada, os funcionários de fato checam tudo, você não pode entrar nem com frutas (eles alegam que é para não levar pragas e nem "roubar" espécies locais). Não que eu tenha viajado por muitos países desse mundão, mas dos poucos que eu conheço, o Chile é o que tem uma das imigrações mais demoradas. Ou seja, já dá uma impressão de "país sério" de primeira.


§ Nessa minha última viagem, cruzei a fronta pela importante rota (que apesar de ser importante, não lembro o nome agora) que liga Mendoza (Argentina) ao país, e que é quase uma linha reta que vai direto a Santiago. Eis então a primeira coisa que me chamou a atenção no: a quantidade de pedágios! Já dentro de Santiago - penso eu, pelo menos - nós passamos por uns 4. Em uns 40 minutos no máximo. Toda hora eu achava que já estávamos chegando à rodoviária e então aparecia mais um pedágio. Depois, conversando com locais, fiquei sabendo que no Chile há mesmo pedágios para sair e entrar nas cidades. E no caso de Santiago, a maior cidade do país (e a única grande "de verdade"), pagar pedágio também é necessário para passar de um bairro a outro, em alguns casos. Por falar em excesso de pedágios, no Chile, como também na maior parte dos países do primeiro mundo, o ensino superior é privado.


§ Andando nas ruas santiaguinas, a segunda coisa que me chamou a atenção foi o fato de os adolescentes se vestirem de maneira muita parecida aos adolescentes japoneses. Sabe aquelas roupas de colegiais e aqueles cortes de cabelo estilosos que a gente vê no Japão? Então, os adolescentes chilenos são praticamente a mesma coisa, só que com olhos menos puxados. É até engraçado, porque por volta de 90% da população é mestiça, ou seja, os chilenos se formaram basicamente da união dos brancos (europeus) com os índios, então a maior parte deles tem a pele branca ou morena clara, os cabelos escuros, geralmente lisos, e aqueles olhos e nariz típicos dos mapoches e incas. Ou seja 2, eles até lembram um pouquinho fisicamente os orientais, deve ter sido por isso que eu os achei parecidos, além da indumentária e do corte de cabelo. Tentei ficar buscando um motivo a mais para semelhança, e com essa coisa de Tratado do Pacífico e acordos de livre comércio que os dois países têm, acho que os japinhas acabaram influenciando mesmo os chilenos. Depois uns outros brasileiros me falaram que os adolescentes também lembravam aquele povo do rebeldes, observação essa que se encaixa muito bem.


§ Por falar em brasileiros, tá aí uma outra coisa que me chamou a atenção: nem em BsAs e em toda Argentina, se duvidar nem em todo o Brasil, eu vi tanto brasileiro como no Chile! Deus meu... acho que estamos descobrindo agora esse país e todo mundo decidiu ir pra lá junto. No meu albergue só tinha brasileiro, em todos os lugares que eu visitei eu só encontrei brasileiro, eu caminhava pelas ruas e só escutava português. Fora o grupo maravilhoso de brasileiros que eu conheci no mochileiros.com e encontrei lá, mas isso é assunto pra outro post.


§ Eu queria bastante conhecer Valparaíso. Além de ser a cidade onde Neruda viveu a maior parte de sua vida, foi também o cenário de muitas das histórias da Allende. E lá fui eu doida pra ver a San Francisco do Pacífico Sul. Achei a cidade um pouco suja e abandonada, deu uma leve pontinha de tristeza. Mas depois de subir o primeiro cerro minha imaginação me levou às histórias que eu tinha lido tantas vezes, e me fez pensar e criar outras. Valparaíso é hoje uma cidade basicamente portuária e o turismo acabou se voltando mais para Viña del Mar, Reñaca e outras praias próximas, o que explicaria o "abandono". Mesmo assim, pretendo voltar lá, e poder caminhar mais devagar pelos cerros, apreciando cada pontinho, cada casinha, cada paralelepípedo, cada detalhe que compõe a essência do lugar.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Só sei que eu não sei mais...

§ Eu não sei mais. Cresci aprendendo que algumas coisas eram certas e outras erradas. Durante esse crescimento aprendi que algumas coisas que me disseram ser erradas não eram erradas e que algumas certas, também não eram necessariamente certas. Na verdade, quase tudo depende de vários fatores, mas eu, talvez até erradamente, acredito que a criação dos pais (e os valores de moral e costume que eles nos passam) e a religião são os que mais nos influenciam a julgar o que é certo e o que é errado.
§ Por exemplo, para uma pessoa não religiosa, fazer sexo antes do casamento não é errado; já para um católico praticante ou um evangélico é. Em muitas igrejas evangélicas diz-se que beber (bebidas alcóolicas) é errado, mas eu mesma já ouvi um pastor falar que "isso não é pecado" e que a bíblia diz que o errado é se embriagar, ou seja, beber em excesso e ficar bêbado.
§ Então, quase tudo parece ser relativo. E é nesse quase tudo que entram os meus questionamentos... Como já explicitei, o que é certo para um pode ser errado para o outro, depende do referencial. Mas a despeito das nossas crenças, existe a Lei. Sim, a Lei é passível de mudanças, ela não é a verdade absoluta. Porém ela tem que ser seguida. Eu pelo menos acreditava nisso, era isso que eu sabia.
§ Não vou discutir aqui se a maconha deve ou não ser legalizada, apesar de ter minha opinião acerca do assunto, mas sim o fato de que ela ainda não é legalizada. E por conta disso, consumi-la agora é errado. Mesmo assim, por que tantas pessoas consomem essa droga e agem como se fosse a coisa mais normal do mundo? Por que as pessoas, logo depois de consumi-la, começam a reclamar de políticos que não estão agindo em conformidade à lei, quando elas mesmas não estão?
§ Antigamente eu achava bem distante essa coisa de "pessoas que usam maconha". Depois conheci umas pessoas que usavam, mas elas eram só conhecidas, colegas. Nenhum amigo meu usava e eu até achava que esse era um dos motivos de serem meus amigos. Pois agora até alguns amigos meus a usam; amigos que até pouco tempo pensavam como eu, que também se revoltavam com a glamourização que davam a esse ato ilícito.
§ E agora não sei mais... Será que tenho mesmo que rever os meus conceitos (em todos os sentidos, desde a maconha como algo ilícito até o fato de continuar andando com amigos que têm opiniões tão divergentes das minhas). Eu não sei mais...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Rapidinhas

§ Mesmo esse blog não sendo divulgado pra ninguém, preciso desabafar aqui: esses dias tava vendo uma discussão nos comentários acerca de uma matéria no site do The Economist, e fiquei chocado com um americano que insistiu que os EUA não são mais um país capitalista! Vê se pode... E o pior é que ele ficou revoltadíssimo com os comentários de quem insistia em dizer que sim, a terra do Tio Sam continua capitalista. Ou ele tava de zoação mesmo ou o meu nome não é Sara.
[...]
§ E agora essa história dos EUA (sempre eles...) instalarem bases militares na Colômbia... O que dá raiva é o Chavez, fazendo esse circo todo e aí sim dando motivo pros ianques quererem se fixar por aqui com uma desculpa "plausível". E quem é o maior prejudicado nisso tudo? O Brasil, óbvio. Porque tá mais que na cara que o que os americanos pretendem com isso tudo é barrar a nossa crescente influência na América do Sul. O povo fica preocupado falando que eles querem invadir a Amazônia (não que eu descarte essa hipótese, até porque como todo mundo já deve saber, a água será o "bem mais cobiçado" daqui a algum tempo), mas o que eles querem mesmo é não perder o seu quintal. Só a possibilidade dessas bases já causou o maior rebu, o Chavez ameaçou guerra e o Brasil, sempre pacifista e não querendo tomar partido de ninguém (até porque é "amiguinho" do Chavez e faz a linha souumpaísequilibradoeexemplo como a Colômbia), fica nesse meio, tentando apaziguar os ânimos sem impôr sua força e não parecer imperialista. Pronto, os americanos já conseguiram o que queriam.
§ Agora isso dá muita raiva... Por que o Chavez não fica quieto? Se ficasse e evitasse esse reboliço, aí sim poderiamos ter uma Sudamérica um pouco mais unida...
[...]
§ Agora vê como é importante estudar História. Muita gente define essa ciência como sendo simplesmente um estudo do passado, mas quando os professores discordavam e diziam que era um estudo do passado sim, mas para entender o presente e até tentar "decifrar" o futuro. Isso porque as histórias e acontececimentos parecem sempre se repetir. E de fato se repetem: desde o surgimento do capitalismo o Estado e o mercado se revezam no poder. O estado estava dominando tudo, aí veio uma crise e o mercado assumiu. Aí veio outra crise e o Estado voltou a ter as rédeas. E assim foi, até que agora, em 2008 (como também na grande crise de 1929) quando o mercado estava regendo a economia, o Estado foi obrigado a intervir para tentar aplacar os efeitos da crise. Se o capitalismo sobreviver, o que tudo leva a crer, na próxima crise o mercado volta a dominar as coisas.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Eu apóio essa idéia

§ Morar em Copacabana tem as suas vantagens e desvantagens. Acho que o pricipal proveito do bairro é que aqui tem tudo. Pode não ser o melhor de tudo, mas tem tudo: praia, praças, cinema, teatros, restaurantes, lanchonetes, cafeterias, sorveterias, temakerias (que me fazem engordar quilos e perder $), sapatarias, lojas de tudo, supermecados, farmácias, correios, ônibus, metrô, enfim, tem tudo, e como o bairro é turístico, muitos estabelecimentos ficam abertos 24h. Ou seja, dá pra fazer e resolver quase todas as coisas da vida sem precisar sair daqui. Ah! E quando eu digo que há de tudo aqui, também incluo as pessoas. Duvido que haja no Brasil um bairro que abranja a mesma variedade de seres que o meu. É tanta figura, tanta gente estranha. E eu vejo isso como uma vantagem também, porque basta eu pôr um pezinho na rua pra me divertir vendo os sujeitos.

§ Desvantagens também há, e para mim, a principal é o fato de cismarem em fazer shows públicos aqui. São milhares de pessoas na rua, que jogam lixo nas ruas, que gritam nas ruas (mesmo de madrugada), que fazem você ficar 30 minutos na fila pra comprar apenas 1 milkshake do Bobs às 2h da manhã!

§ Eu sou a favor de shows gratuitos, eu mesma já aproveitei bastante vários deles. Só que a cidade é bem grande, e há muitos espaços para shows e concertos, não precisam fazer tudo aqui. Não é preconceito, mas só quem é morador do bairro sabe o quanto sofremos com esses eventos. O show da Claudia Leite (se eu não me engano, ano passado) aqui foi o pior; eu nunca fui fã de axé, mas depois desse show, tomei tanto ódio dessa mulher, que é só ver uma foto ou ouvir alguma notícia dela que eu já desejo que uma bomba caia sobre a sua cabeça.

§ Finalmente, essa enrolação toda foi pra dizer que essa semana eu ouvi uma história (que parece não ser boato) acerca de um show que deve ocorrer aqui em Copa, no reveillon, e que não me deixou triste nem revoltado, muito pelo contrário, já estou ansiosíssima esperando a confirmação e o subseqüente show de nada mais, nada menos que: U2!

§ Dessa vez eu não vou reclamar, não vou desejar viajar pra passar o reveillon bem longe daqui. Se esse show acontecer mesmo, nem adianta me chamar pra tal ou x lugar que eu não vou. E tenho certeza, se o evento ocorrer mesmo, será uma das melhores viradas de ano da minha vida!


segunda-feira, 20 de julho de 2009

Michael Jackson

§ Já faz quase um mês que o rei do pop foi dessa pra uma melhor, mas só agora que vou escrever algo sobre o ocorrido aqui. Esse atraso na postagem talvez reflita o meu atraso para ter ciência dos acontecimentos: eu freqüentemente sou a última a saber das coisas!

§ No dia 25/06 eu estava em BsAs e durante a noite, quando estávamos no bar do hostel conversando e tocava incessantemente Michael Jackson, um dos meninos começou a zoar que o MJ tinha morrido, que só poderia ser por isso que estavam tocando tanto as suas músicas. Na hora eu achei mesmo que fosse uma brincadeira: tipo, quando um cantor morre, sempre escutamos as músicas dele, mesmo que sejam bregas, cafonas, péssimas ou do milhares de anos atrás. Por conta disso eu pensei que fosse apenas uma brincadeira.

§ Algumas horas depois, antes de sairmos, acessei a internet e descobri que ele tinha mesmo falecido. Eu não era uma grande fã, mas fiquei chocada. Mas aí foram tantos dias falando de MJ, vendo nos noticiários as informações sobre a vida e a morte de MJ, ouvindo em todas as rádios as músicas do MJ (se duvidar, até na MEC FM tocou alguma coisa dele, executada por alguma orquestra), enfim, MJ foi presença tão constante na mídia que de alguma forma ele se manteve vivo para todos nós. Eu até descobri que conhecia mais músicas do rei do pop do que imaginava...

§ O funeral foi um espetáculo. Juro que em um dado momento, durante uma das apresentações musicais, eu cheguei a pensar que o MJ sairia do caixão, começaria a dançar e a cantar com povo, e depois explicaria que tudo aquilo tinha sido uma jogada de marketing pro lançamento da sua nova turnê. Esse pensamento durou uns dez segundos, motivado por todo o circo montado. Mas tenho que admitir que me emocionei. E de qualquer maneira, seria muito "sem-graça" se ele tivesse um velório e enterro simples, discretos. Não combinaria com o status pop dele, não combinaria com essa sociedade de espetáculo que vivemos, com essa sociedade da informação que pode acompanhar guerras, desastres, passeatas, catástrofes e afins, ao vivo, em praticamente qualquer lugar do planeta. O funeral do MJ tinha mesmo que ter toda essa cobertura da mídia, que de certa forma, parece ter destruído a sua vida também.
§ Como eu já mencionei, eu não era grande fã do astro. Acho que chorei mais pela emoção (eu gosto muito da american black gospel music, que recheou o funeral). Mas depois, assistindo aos videos do Jackson five e vendo aquele Michael tão pequenininho e lindinho, com aquele brilho nos olhos que as crianças têm, eu fiquei triste, bem triste. Dá pena ver aquela criança inocente e talentosa e pensar no ser bizarro e infeliz no qual ela se transformou. A vontade que eu tenho é de invadir a tela da televisão e tomar o pequeno Michael, e cuidar dele. E deixá-lo ser uma criança.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

E se...

§ Todos dizem que não existe "e se..." na História. Mas não tem como fugir, a gente sempre fica imaginando como seriam as coisas se tal fato tivesse ocorrido ou não sido interrompido.
§ Ontem eu estava assistindo em um noticiário a uma reportagem acerca de uma pesquisa que um órgão internacional fez sobre a educação em vários países. Como era de se imaginar, nossa educação continua mal, bem mal...
§ Então comecei os questionamentos do "e se...". Em 1963, se eu não me engano, João Goulart lançou um plano de reformas de bases (desculpem-me os historiadores, não lembro exatamente o nome do plano), que contemplavam a reforma agrária, a tributária e a educacional, entre outras. É claro que a somente a possibilidade dessas reformas mexeu com a "I"greja, a elite e a burguesia, os militares e o interesse estrangeiro (EUA), e não deu outra: o golpe civil-militar.
§ E que raiva me dá pensar nisso. Todas essas reformas do Jango pareciam ser boas, e óbvio que eu fico pensando como o Brasil seria se elas tivessem sido feitas e se o nosso país não tivesse sofrido a intervenção militar. Só que uma coisa é certa: Paulo Freire estava à frente da reforma educacional, e após o golpe, fugiu para o Chile e posteriormente para Cuba, países com os quais dividiu as suas idéias. Conclusão: Chile e Cuba são as duas nações latinoamericanas com os melhores sistemas e desempenhos educacionais.
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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Montevidéo e Punta del Leste



§ Sendo mais específica, falarei agora das duas principais cidades que visitei no Uruguai.


§ Montevidéo, como todos já devem saber, é a capital e maior cidade, concentrando praticamente a metade da população do país. Ou seja, é uma cidade relativamente grande, mas o tempo todo eu me sentia andando em uma cidade do interior. E não fui só eu. Os brasileiros que estavam no meu quarto falaram a mesma coisa. As pessoas lá parecem muito tranqüilas, não se vê ninguém naquela correria a qual estamos acostumados nas grandes cidades. A mesma coisa é o trânsito: eu não conseguia acreditar que estava no centro porque não havia engarrafamentos! No máximo uma buzinadas quando alguém atravessava a rua.


§ Como eu já mencionei no outro post, em todo lugar havia pessoas tomando o chimarrão. Nas praças eram dezenas. As pessoas realmente paravam nos parques para descansar ou ficar conversando. Isso também percebi ser comum na Argentina e no Chile, mas no Uruguai as pessoas pareciam realmente mais tranqüilas e calmas. Eu sei que esse também é um hábito comum em muitas cidades do Brasil, mas eu fiquei maravilhada porque aqui no Rio, ficar sentado sozinho num parque é pedir para ser assaltado. Em relação ainda a essa tranqüilidade da população, eu saí uma noite para jantar com um amigo, que é uruguaio, e ele estava me zoando porque eu andava muito rápido. Eu comecei a explicar que já é costume, que por conta da correria do dia a dia, eu tô sempre caminhando rápido, mesmo quando tenho nada para fazer. Ele disse que sempre anda devagar, que não tem esse estresse, não tem necessidade de correr.


§ Outra coisa: o centro de Montevidéo parece um pouco sujo e abandonado. Prédio antigos caindo aos pedaços, os "azulejos" das calçadas quebrados e soltando. Como meu primeiro contato foi com o centro da cidade, fiquei com uma má impressão do país. Comecei a achar que estavam mesmo vivendo uma decadência, como na Argentina (se bem que não achei a Argentina assim tão decadente, mas sabe como os argentinos são histéricos e insistem em dizer que são uma sociedade decadente...). Mas depois que comecei a andar mais e a visitar outros bairros, essa idéia foi por terra. O centro está mesmo sujo e abandonado, mas as outras partes da capital são bonitas e bem cuidadas. A praia de Pocitos me lembrou muito a de Icaraí, em Niterói.


§ Outra coisa II: É impressionante a quantidade de cocô de cachorro que há na rua (acho que isso contribuiu muito pra imagem de sujeira da cidade)! E o mais curioso é que nem são vistas tantas pessoas com cães nas ruas, como em BsAs ou até mesmo aqui em Copacabana, por exemplo. Mas o número de excrementos pode ser multiplicado por 10 ou mais. Eu ficava pensando, ou esses cachorros têm alguma mutação ou a maior parte deles só sai às ruas pela noite. Mas nem à noite eu via muitos cachorros na rua...


§ Enfim, passando agora para Punta del Leste, eu acredito que a mesma seja bem legal para visitar no verão. Porque no inverno ela parece uma cidade fantasma. Só para ter uma idéia, no verão ela fica com aproximadamente 300 mil habitantes. Já no inverno, são apenas uns 8 mil... Não tinha quase ninguém nas ruas, quase todas as lojas e restaurantes estavam fechados. A única vantagem é que os preços também estavam melhores. Punta é considerado um destino de luxo, então as coisas por lá costumam ser bem caras. Por exemplo, a diária de um albergue normal que geralmente custa por volta de U$15 no inverno (assim como em quase todas as cidades do cone sul), no verão chega a U$40! Praticamente preço de hotel...





§ As praias uruguaias são bonitas mesmo. O mar é azul escuro e a areia é clara, bem parecido com algumas praias do Brasil. O mar é gelado, mas eu coloquei a mão na água e não achei nada sobrenatural, até porque o mar aqui no Rio é bem frio também; água quentinha, só no nordeste. Óbvio que o Uruguai é mais frio, então não é só a água do mar que conta, é todo o conjunto. No inverno carioca, de 28°C geralmente, a gente vê milhares de pessoas na praia. Em Punta del Leste, tirando um casal que estava na praia Brava tirando fotos no mesmo momento que eu, só vi mais um ser caminhando em uma outra praia.


§ Falando agora sobre sentimentos, em Punta del Leste eu senti saudades de casa. Deve ter sido porque as praias lembravam a de Copacabana. Tanto que quando eu coloquei a mão na água, foi mais pra tentar buscar um ligação com a minha casa que pra tentar medir a temperatura. Em Vinã del Mar e Reñaca eu também tinha ido à praia, só para conhecer e sentir a temperatura do mar. Mas não havia semelhanças com o lar. Em Punta eu fiquei bastante tempo olhando o horizonte, o infinito, admirando a paisagem, sozinha. E foi uma das poucas vezes que me senti sozinha durante toda a viagem, mas esse momento me fez bem, porque me senti conectada ao Rio de alguma forma.


§ Eu visitei o Uruguai já no fim da viagem, então estava bastante cansada. E também foi o país que menos pesquisei nos preparativos pro mochilão. Por isso, ao chegar lá, me senti um pouco perdida. Tirando as coisas básicas que já conhecia mesmo antes da viagem, como La Mano, Casapueblo, Ciudad Vieja e Teatro Solis, eu não sabia o que visitar. Eu tinha uma amigo lá, o Fede, mas só nos víamos à noite, depois que ele saía do trabalho. Conheci uns brasileiros que estavam no meu dormitório, porém já eles estavam indo embora. Fora isso também só fiz amizade com a Tara, uma australiana que ficou apenas uma noite em Montevidéo, e que depois reencontrei em BsAs. Juntando a tudo isso que citei a tranqüilidade e o "clima de interior", acredito que tenham sido esses os fatores que me fizeram sentir sozinha no Uruguai.


§ Eu gostei de lá sim, e a viagem foi uma ótima oportunidade para rever meu amigo. Mas tenho que ser sincera, quando eu voltar ao país, será no verão.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Uruguai


§ Mal cheguei à narração do quarto dos 26 dias da viagem, e já cansei de ficar descrevendo como eles foram. A minha intenção com tudo isso era tentar ajudar qualquer ser que porventura viesse parar aqui após pesquisar no santo google alguma coisa sobre um mochilão pela Argentina, Chile e Uruguai. Eu queria colocar aqui os gastos que anotei, e juro que dessa vez anotei tudinho na minha agendazinha linda. Anotei várias coisas interessantes por sinal, mas acho que não tenho paciência para escrever um blog descritivo de viagens. Prefiro escrever acerca das sensações, das imagens e paisagens, dos costumes, das coisas lindas ou estranhas que vi. Fica combinado assim então, vou escrever o que der na telha, foi até por esse motivo que dei o mesmo título ao blog, e quando tiver paciência conto detalhadamente os meus momentos na viagem. E se você, ser que veio parar aqui por meio do google, tiver alguma dúvida, pode me enviar um e-mail que terei prazer em ajudá-lo, no que puder.

§ Me deu vontade de falar sobre o Uruguai. Um país tão pequeno, menor que o estado do RS, com 3,5 milhão de habitantes - menos que a cidade do Rio -, que já pertenceu ao Brasil e que parece uma extensão da Argentina. Mas não diga isso a um uruguaio, porque ele vai começar a listar um milhão de fatos pra te mostrar que Argentina e Uruguai são duas coisas bem diferentes.

§ E de fato são. Uma coisa interessante, que foi dita por um brasileiro que estava no mesmo dormitório que eu no Che Lagarto, em Montevidéo, é que se os uruguaios fossem jogados numa cidade qualquer do nosso país, eles se passariam por brasileiros facilmente. Ok, ok, no Brasil há de tudo e qualquer um pose ser brasileiro, não é à toa que o nosso passaporte é o mais caro no mercado negro. Mas é que os uruguaios não têm "cara de uruguaio", como os argentinos têm "cara de argentino". E uma coisa interessante é a quantidade de negros e mulatos: ela é pequena, mas existe. Na Argentina, se você vir um negro, a chance dele ser brasileiro é de uns 90% (fonte: Sara's head - pra quem não sabe, eu adoro chutar/inventar uma estatística, e quase sempre acerto). Assim que cheguei a esse pequeno país do qual vos falo, era só ver um negro/mulato na rua e que eu já me aproximava, pra tentar puxar assunto, achando que era brasileiro. Ao chegar perto, ouvia aquele castellano perfeito. Peeem (leia-se como um som de campainha): tenta de novo...

§ Mas ao mesmo tempo, culturamente o Uruguai é muito ligado à Argentina, embora não admita. Em BsAs todas as revistas de fofoca falavam de uma atriz que tinha tido um filho com algum ser que parecia ter estado preso (tá, de vez em quando eu parava numa banca de jornal pra tentar ler as notícias locais, e meus olhos acabavam parando numa tititi portenha da vida). Em Montevidéo todas as revistas de fofoca falavam da mesma atriz, argentina. Fora os telejornais... eu praticamente não cheguei perto de televisão durante toda a viagem, mas no Uruguai, nas pouquíssimas vezes que fiz isso, parecia que estava assistindo a um jornal portenho, tamanha a quantidade de informações sobre BsAs. Tudo bem, a distância entre as duas capitais é muito pequena, porém fiquei abismada, porque nunca vi esse excesso de informações de outro país, ou no nosso caso, cidade, aqui no Brasil.

§ Outra coisa que me faz ver o Uruguai como extensão da Argentina é o mesmo castellano falado. Mas meu amigo uruguaio, que me listou um milhão de características que diferenciam os dois países, começou a me falar de várias palavras que são diferentes. Tudo bem, mas o acento, o sotaque é o mesmíssimo, repliquei eu. Sim, é o mesmo, ele respondeu.

§ Só que apesar de toda a semelhança e ligação, os uruguaios torcem pro Brasil, assim como todos os outros sul-americanos. A não ser que a vitória dos argentinos os beneficiem. Mas tudo bem, a gente entende. Eles adoram os brasileiros, nos acham super animados, respeitadores e simpáticos, e não vêem problemas no fato de estarmos nos tornando os líderes regionais. A verdade é que se fosse mesmo para ser uma extensão de algum lugar, eles prefeririam ser extensão do Brasil. Outra coisa: Admitem que o vinho argentino é bem melhor que o uruguaio, que o Gardel, apesar de ter nascido lá, criou o tango em solo argentino, até discutem a questão de "onde surgiu o doce de leite", mas ficam mesmo é revoltados quando dizem que a carne argentina é melhor que a uruguaia. Com isso eles não podem!

§ Mudando do assunto o-Uruguai-é-ou-não-uma-província-argentina, uma coisa que chamou minha atenção foi que, você não pode entrar com bolsa em supermecados ou lojas por lá. A primeira vez que fui comprar água, até vi um armário na entrada, mas achei que fosse como aqui no Brasil, opcional. Mal adentro eu no mercado com a minha mochila que vem um segurança chamar a minha atenção. E assim aconteceu em outros mercados e lojas que fui. Depois da terceira chamada, assim que eu entrava num estabelecimento comercial do tipo, já ia direto ao armário e pegava a chave.

§ Agora uma outra coisa que chamou mais ainda a minha atenção: é impressionante a quantidade de pessoas que se vê na rua tomando o mate, ou como conhecemos aqui, o chimarrão. Experimente parar em uma praça por uns 5 minutos, e juro que você vai ver no mínimo umas 10 pessoas com aquele cuia na mão, tomando o mate. Gente de todas as idades, homens e mulheres. O mate, além do Brasil, é bastante comum também na Argentina e Chile, e nesses dois países eu vi um número considerável de pessoas tomando o chimarrão no meio da rua, mas não como no Uruguai. Pra se ter uma idéia, eu estava calmamente sentada em um ônibus urbano de Montevidéo, em uma viagem de uns 15 minutos do centro a Pocitos, quando de repente a mulher ao meu lado saca uma cuia, uma garrafa térmica e a erva da bolsa, e começa a preparar o mate ali mesmo. Eu passava em frente às escolas, e os estudantes estavam conversando e tomando o chimarrão. Do lado de fora das lojas, os funcionários estavam tomando o chimarrão. No parque, as pessoas levavam o cachorro para passear em uma mão, e o chimarrão na outra.

sábado, 4 de julho de 2009

Buenos Aires 4º dia

§ Combinamos de ir a Tigre, nesse dia. Eu já "conhecia" o lugar, mas não tinha a intenção de visitá-lo nessa viagem, porém como o pessoal quis, preferi ir com eles. Ainda bem, porque tivemos uma dia bem legal. Como o meu albergue era o "último", eu sempre tinha que passar nos hostels pra buscar a galera. No café da manhã fiquei conversando com as alemãs do meu quarto e acabei perdendo a hora. Tive que correr pra encontrar o povo.
§ Tomamos o metrô na estação 9 de julio, e tínhamos que ir até Retiro. Essa estação fica em uma linha diferente (por sinal, a mesma linha da avenida de mayo, próxima ao milhouse), então tivemos que descer na estação seguinte para fazer a baldeação. Eu achei bem estanho, porque disseram que numa mesma plataforma passam trens de linhas diferentes. Enfim, parece que a gente foi para a plataforma certa mas como pegamos (e era eu quem estava no comando) o trem errado. Todomundoquerendomematar, descemos na estação seguinte, tomamos a linha que estava voltando e encontramos uma brasileira de bom coração que nos explicou o mal entendido. Linha certa tomada, estávamos a caminho de Retiro. Chegando lá, foi bem fácil encontrar a estação de trem, porque ela está ao lado do metrô, e há sinalização indicando (o terminal de ônibus também fica em Retiro, próximo ao metrô, mas tem que andar um pouco mais).
§ Apesar de antiga e de não parecer muito bem cuidada, a estação de trem de Retiro é bastante bonita, parece um pouco aquelas européias. Tigre é a última estação, e o trajeto dura mais ou menos uma hora. Assim que se sai da estação Retiro, vê-se umas favelas, mas o resto do caminho é de bairros residenciais portenhos. É uma casa mais bonitinha que a outra. E é impressionante também a quantidade de bandeiras argentinas que são vistas penduradas nas janelas. Nos bairros mais centrais eu já tinha visto muitas bandeiras, e deu pra perceber que não é uma coisa somente ligada aos prédios / órgãos públicos e locais turísticos. Vê-se isso no país inteiro, como nos EUA. Eu queria que tivéssemos isso no Brasil também. A gente só vê bandeiras na janela na época de copa do mundo, e olhe lá.
§ Chegamos a Tigre, e já paramos num restaurante que fica bem ao lado da estação. A gente parou porque o povo queria tirar umas fotos por lá, mas aí a fome foi batendo, e decidimos adiantar o almoço. Só posso dizer que foi um almoço inesquecível! A comida, além de boa era barata. E as companhias, excelentes. Passamos mais tempo nesse restaurante conversando do que passeando por Tigre, mas foi um programa perfeito.
§ Após algumas muitas horas de conversa é que levantamos e fomos dar um rolé pela cidade. Caminhamos pela margem do rio, sacamos mais algumas fotos, vimos os preços dos passeios de barco, mas achamos tudo muito caro e preferimos ficar na viação canela mesmo. Umas 15h já estávamos tomando o trem de volta pra BsAs.
§ Tomamos o metrô também, para voltar, mas a Gi, o Jeff e eu decidimos ir a Caminito. O Jorge disse que tava muito cansado e foi pro hostel dormir. Nós três tomamos um táxi e rumamos a La Boca. Uma coisa interessante: os táxis de BsAs não rodam o taxímitro apenas pelos quilômetros percorridos, mas também pelo tempo. Como era sexta-feira e início do horário de pico, o trânsito estava uma coisa! Eu não recordo quanto exatamente custou a percurso, mas foi bem mais caro que o normal, porque passamos muito tempo parados.
§ Caminito é aquilo mesmo: duas ruas com casinhas totalmente coloridas, muitos restaurantes, lojinhas de souvenir e tango. La Boca é um antigo bairro do porto, onde muito italianos se alojaram após chegar à Argentina. A população é de baixa renda, por isso muitas casas eram/são de lata, e foram pintadas com a intenção de revitalizar o local.
§ Demos umas voltinhas e sentamos num restaurante após um garçom prometer (e cumprir!) uma quilmes de cortesia ao Jeff. Quase todos os restaurantes têm show de tango, na parte externa mesmo. Ou seja, todos que estão passando podem ver. Mas como estávamos consumindo, ainda pudemos ir ao palco dançar e tirar fotos com os dançarinos (eu não tirei, fiquei com uma vergonha danada. Mas foto mesmo eu queria tirar com o cantor, que era uma graça!!).
§ Agora vem uma história engraçada: tango de um lado, tango do outro, de repente começamos a ouvir uma batucada, um samba, e eis que surge um grupo de brasileiros em desfile tocando e cantando e "atrapalhando" o tango todo. Eu fiquei com uma vergonha danada, achando aquilo tudo uma falta de respeito. E uma das mulheres responsáveis pelo restaurante, argentina, começa a sambar e vai desfilando na frente deles, como se fosse madrinha de bateria (e olha que ela sambava bem mesmo). Aí os carinhas vão passando o chapéu para recolher uns trocados, e eu revoltada, começo a falar que aquilo é um absurdo, uma falta de respeito. O sambista disse alguma coisa que não entendi e continuou cantando e passando o chapéu. Espetáculo terminado e o tango de volta, a mulher do restaurante veio me falar que aquilo já faz parte do "programa": todo dia, no mesmo horário, os brasileiros passam tocando samba. Já faz parte do Caminito... Vê se pode uma coisa dessas...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Buenos Aires - 3º dia

§ Esse terceiro dia eu deixei para visitar Palermo e Recoleta. Tomei o metrô na estação 9 de julio, a umas 4 quadras do hostel. Eu poderia ter pega na estação avenida de mayo também, que era a estação mais próxima, porém eu teria que fazer baldeação, e como o subte portenho é mais complexo que o carioca, prefiri ir andando até o obelisco.
§ O metrô de BsAs é feio e sujo, entretanto há mais linhas que aqui no rio. Há também bancas que vendem jornais, bebidas não alcoólicas, biscoites, doces e outras guloseimas na própria plataforma de embarque. Assim como em santiago, o metrô portenho não tem sistema de ar-condicionado / ventilação, pelo menos não nessa época do ano. As viagens são feitas com as janelas abertas. Apesar da imundície, eu gostei bastante de usar o metrô, tanto que fiz isso várias vezes nos dias em que estive em BsAs. Dizem que o verdadeiro espírito de uma cidade está no seu metrô... Então BsAs é... deixa pra lá...
§ Desci na estação Palermo mesmo (Palermo é um bairro bem grande, e dependendo de onde você quer ir, terá que baixar em outras estações), peguei a calle Godoy Cruz em diração aos parques e fui seguindo direto, até chegar ao Parque Rosedal. O mais engraçado é que no caminho fui vendo várias pessoas que são pagas para passear com cachorros (há muito disso na cidade). Tinha gente que guiava mais de dez cães, sem exageros!
§ O parque Rosedal é lindo! Cheio de verde, de folhas amareladas das árvores espalhadas pelo chão (o outono é bem marcante), de flores lindas e coloridas. Enfim, é cheio de cores. Passei um bocado de tempo lá, e depois decidi rumar ao jardim japonês. Aí que começaram minhas andanças sem fim: eu sabia que todos os parques de Palermo eram separados, mas achava que eles estavam um ao lado do outro, tipo, sair do Rosedal e já dar de cara com o jardim botânico, ou o japonês, ou o zoológico. Mas na verdade, eles estão BEM separados um do outro. E eu comecei a caminhar, a perguntar. E não sei se a culpa era do meu portunhol ou se as pessoas não sabiam passar a informação correta, só sei que eu sempre pegava o caminho errado e nunca chegava...
§ Após muito, muito, muito, muito, mas muito mesmo caminhar, eu consegui avistar o Jardim Japonês. E a única coisa que vinha à minha cabeça era aquela música do cidade negra, "você não sabe o quanto eu caminhei pra chegar até aqui". E eu continuei caminhando, porque a entrada do jardim era do outro lado. Nossa, parecia que nunca ia chegar...
§ Enfim, alcancei a entrada e sentei no primeiro banquinho que vi, ficando lá um bocado de tempo. Parecia que meus pés iam estourar. Depois do descanso, fui conhecer o parque, que é uma graça, mas bem pequeno. Após essa visita e muito caminhar, resolvi não ir ao zoológico e nem ao jardim botânico. Primeiro porque eu já estava traumatizada de tanto andar e ficar perdida entre aqueles parques. Depois, eu nem sou muito chegada a animais, e já visitei tantos jardins botânicos nessa vida que acho que deixar de ir àquele não me faria tanta falta.
§ Mapa na mão, zarpei rumo ao MALBA, o Museo de Arte Latinoamericana de Buenos Aires. O mais engraçado é que eu estava parada em frente a um prédio, olhando o mapa para encontrar as direções corretas, e o porteiro veio falar comigo, pra ver se eu estava perdida e precisando de ajuda. Perdida eu não estava, mas ele acabou me ajudando e eu encontrei o caminho rapidinho. Saindo do Jardim Japonês, é só pegar a avenida Presidente Figueroa Alcorta e ir seguindo.
§ Eu gostei bastante do MALBA. Além da arquitetura legal, as obras são bem dinâmicas, bem divertidas. Vale a pena a visita. Depois de conhecer o museu, continuei caminhando na avenida e parei na Floralis Generica, já na Recoleta. Fotos sacadas, fui ao prédio da Faculdade de Direito da UBA, bem ao lado da Floralis. De lá, tomei a passarela para ir ao outro lado e visitar o cemitério da Recoleta. Eu vi todo mundo subindo por uma pracinha, mas como no mapa apontava que o cemitério estava numa rua atrás, fui caminhando por baixo, passando pelo Hard Rock Café. Mais uma vez vem o "você não sabe o quanto eu caminhei"... O cemitério de fato ficava nessa rua que mostrava o mapa, mas a entrada era perto da pracinha. Ou seja, eu poderia ter chegado lá em cinco minutos, mas dei uma volta ao mundo e ganhei mais umas três bolhas nos pés.
§ O cemitério é "legal"? É. É bem diferente do que estamos acostumados, parece uma vila, uma ciadadezinha. Alguns jazigos parecem lojinhas, sem exageros. Mas não achei um passeio legal pra se fazer sozinho. Tem caixões à mostra, de famílias falidas que não têm dinheiro pra restaurar os jazigos, e o cemitério é maior do que parece. Depois de algum tempo caminhando, eu me enveredei por caminhos onde não havia uma viva alma, literalmente. Até que do nado surge um homem que parecia estar me seguindo. Eu ia caminhando por um corredor e ele ia por outro paralelo, sempre olhando pra mim nas ruaszinhas que cruzavam. Comecei a ficar desesperada e a buscar a saída. Depois de muito sufoco encontrei a pracinha principal do lugar e piquei a mula, sem visitar o túmulo da Evita. E não me arrependo. Muito menos pretendo voltar.
§ Quando saí do cemitério já passavam das 15h, e eu estava azul de fome. Lá mesmo, em frente, há uma espécie de shopping, com restaurantes, mas eu imaginei que fosse tudo caro, e preferi ir andando até encontrar um lugar BB (bom e barato). Mais uma vez, eu fui andando, andando, andando e nada. Depois de muito tempo me deparei com a avenida callao, que eu lembrava ter visto quando fui ao El Ateneo. Como naquela região de Palermo há muitos restaurante, fui caminhando por ela. Só que a mesma é bem longa, e eu demorei um século para chegar à avenida Santa Fé (e não encontrei um restaurantezinho sequer no caminho). Assim que cheguei lá, a primeira coisa que vi foi um McDonalds, e foi lá mesmo que fiquei.
§ Uma coisa interessante que observei nos McDonalds tanto de BsAs como de Montevidéo (e que eu nunca vi aqui no rio, não que eu lembre - mas também, eu quase nunca vou ao Mc, e quando, é ao da Santa Clara), é que eles têm o espaço de Café bem Café mesmo. A decoração é como a de uma café, há jornais e revistas para serem folheados, e só pode sentar nesse espaço quem realmente está consumindo itens do Café McDonalds. Eu achava muito interessante observar os portenhos passarem séculos sentados num fast food como se estivessem em um café parisiense.
§ Após forrar o estômago, decidi ir a pé, e não de táxi, até o centro. Afinal, eu já tinha andando tanto, que essa caminhada de Palermo até o hostel seria a menor do dia. Antes de ir direto pro milhouse, passei no hostel suites obelisco, pra tentar encontrar o Jorge e o Jeff, que eu tinha conhecido por meio do mochileiros.com, e que chegariam nesse dia. Foi super engraçado, porque eu cheguei bem na hora que o Jeff estava fazendo o check in, e tinha dado tudo errado na vida dele naquele dia. Inclusive, ele tinha "quebrado" o dedo mindinho no aeroporto. O Jorge tinha chegado antes e estava na rua dando umas voltas. Fiquei conversando com o Jeff e combinei de passar mais tarde lá. No caminho pro hostel, passei no Florida também e encontrei a Gi chegando do Siga la Vaca. Ela tinha tomado praticamente 1 garrafa inteiro de vinho e tava toda alegre (deduro mesmo!).
§ Fui pro hostel, tomei meu banho, descansei um pouco e voltei pro hostel obelisco, pra encontrar os meninos. Ficamos bebendo, conversando, "jogando" sinuca uma maior tempo. Depois fomos ao florida encontrar a Gi, e mais uma vez as andanças. Quando lá chegamos, a menina da recepção disse que ela tinha ido ao milhouse me procurar. Fomos então pro milhouse. Chegando lá, o rapaz disse que ela tinha voltado pro florida. Voltamos também pro florida. E lá, a mesma menina disse que falou pra ela que nós tinhamos estado lá para procurá-la, e que voltamos pro milhouse, e ela decidiu voltar lá. Só que dessa vez prefirimos ficar lá no Fusion, bebendo e esperando. Esse foi mesmo o dia do "você não sabe o quanto eu caminhei...". Meia hora depois, aparece a Gi. Passamos o resto na noite lá no fusion mesmo. Foi bem divertido. Tava tendo uma festinha, não lembro o tema agora, mas tinha um povo muito doido dançando.
§ Saí de lá depois das 3:00am. Eu ia voltar de táxi, não tanto pela distância, que é curta, mas por ser madrugada e estar sozinha. Mas uma brasileira que conhecemos lá disse que era tranqüilo, pra eu não me preocupar. Os meninos foram mais da metade do caminho comigo, e o resto, uma quadra e meia, eu fui sozinha. Praticamente Rio de Janeiro, onde eu ando sozinha pelas madrugadas.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Buenos Aires - 1º e 2º dias

§ A viagem começou no dia 02/06. Tomei o vôo no Rio às 11h (houve um pequeno atraso) e por volta de 14h estava chegando a BsAs. A viagem foi tranqüila, o avião estava bem vazio. Estava todo mundo ainda triste, porque era uma terça-feira, e o avião da Air France havia sumido no domingo à noite.
§ Eu tinha combinado de encontrar a Gisele (uma menina de São Paulo e que eu conheci pelo orkut) no Ezeiza. O vôo dela estava previsto para chegar mais ou menos 1 hora antes do meu, mas ela tinha um transfer marcado para às 15:15h. Assim que desembarquei não a encontrei, então aproveitei para passar num câmbio. Eu viajei com R$600 e U$300 em espécie, e troquei no aeroporto somente R$100 e U$100, por imaginar que as taxas de câmbio do centro tivessem uma cotação melhor (que depois eu descobri ser verdade). Quando cambiei o dinheiro, aproveitei para pedir que me dessem moedas, porque pelos meus planos, eu iria pegar um ônibus que dá a volta na cidade para ir pro hostel. Esse trajeto demoraria umas 2 horas (o coletivo passa em praticamente todos os bairros portenhos), mas valeria a economia, pois a passagem custa AR$2.
§ Eu achava que a Gisele já tinha tomado o transfer, mas antes de sair do aeroporto, decidi dar mais uma voltinha e nisso consegui encontrá-la. Pro horário do transfer marcado, só tinha ela mesmo. Então, ela começou a desenrolar com o motorista pra ele me levar também. Eu não queria, pois iria me sentir super mal (apesar da praticidade e do conforto), mas acabei indo com ela, e pra diminuir um pouco o peso na consciência, paguei ao cara AR$20. No fim, eu ainda saí no lucro, porque um táxi me custaria uns AR$100, um transfer do tienda de leon uns AR$40 e o transfer do albergue AR$35.
§ Em vez de 2 horas, levei cerca de 30 minutos pra chegar ao milhouse. O motorista me deixou na esquina da rua, bem pertinho. A Gisele ia ficar no hostel florida, a umas 4 quadras do milhouse. Combinamos de nos encontrar por volta de 19h, pra darmos umas voltas e comermos algo.
§ Eu acho que já falei sobre isso em outro post: eu fiquei no milhouse antigo. Gostei bastante de lá. O dormitório era feminino, com 8 camas e tinha 2 banheiros, então acabava ficando 4 pessoas para cada banheiro. Pra mim foi super tranqüilo, porque do meu lado do quarto estavam 3 alemãs (Magrit, Linda e Karin) que eram gente finíssima e organizadas. O nosso banheiro tava sempre limpinho. A Magrit era a mãe e a Linda e a Karin as filhas, mais ou menos da minha idade. Elas estavam viajando pela América do Sul, e de BsAs iriam ao Uruguai, para depois ir ao Brasil. O único problema era que a Magrit roncava bastante, mas até que isso não atrapalhou meu sono. E no decorrer da viagem, eu quase sempre dormi com pessoas que roncavam (e que quase sempre eram brasileiros).
§ A estrutura do albergue é bem legal. O café da manhã é simples e tem só dois computadores com acesso à internet. Como o milhouse está sempre lotado, é muito difícil conseguir usar a internet, porque tem sempre um milhão de pessoas na fila. E fora que quando você senta, se sente até mal por demorar 5 minutos! Por conta disso, só acessei a internet la uma vez, e mais umas 2 na rua, pagando, mas foi bem baratinho. E BsAs tem tanta coisa pra fazer, que a última que você vai pensar é usar internet. Minha única decepção com o albergue foi a tão falada animação, que pelo menos enquanto eu estive lá hospedada, resolveu ir embora. Só teve uma festinha lá (depois eu descobri que eles alternam as festas entre o velho e o novo), e nos outros dias o pessoal ficava só bebendo no bar. Mas meio que rolava uma separação por países: alemães com alemães, ingleses com ingleses, australianos com australianos e assim vai. Por conta da (falta de animação) resolvi que na minha volta a BsAs, no fim da viagem, ficaria no milhouse novo (e não me arrependi! mas isso é história pra outro post), pra conhecê-lo.
§ Voltando ao primeiro dia de viagem, depois que fiz o check in e deixei as coisas no quarto, fui dar uma caminhada pela cidade. Acho que já eram umas 16h. Fui caminhando pela avenida Nove de Julio, até a Santa Fé. Eu queria ir ao El Ateneo e ao Museu do Holocausto. Mas andei tanto e parei por tantos lugares, que quando cheguei ao museu já eram mais de 18h, e eu precisava voltar ao hostel pra tomar banho e depois encontrar a Gisele. Decidi voltar, e antes de ir direto pro milhouse, passei no florida pra falar com a Gi que eu ainda ia tomar banho. Ela tava no Fusion, o bar que tem no Florida, com um pessoal que ela tinha conhecido lá (um argentino de Ushuaia, um australiano, uma inglesa e um carinha que trabalha no hostel). Acabou que essa minha passadinha rápida só pra avisar que eu ia demorar tomou mais tempo do que eu esperava. Acabei sentando lá no bar com eles e ficamos uma século conversando (desde tamanhos de cidades, passando por chifres, roubos e vontade de matar os outros, uma comédia!!).
§ Saí de lá mais de 21h, pra tomar o meu ansiado banho. Depois voltei ao Fusion pra encontrar o pessoal. Ficamos mais um tempo lá e então a Gi, o Graham (uma americano super fofo que conhecemos) e eu saímos para caminhar pela cidade. Andamos pacas também, e até nos perdemos, rs. BsAs é bastante movimentada à noite e após muito tempo de andarilhos, paramos em um barzinho que tinha música ao vivo. Foi bem divertido.
§ Voltei pro albergue e fui dormir.
§ 2º dia: Eu tinha combinado com a Gisele de nos encontrarmos às 10h no obelisco, mas acho que acabamos ficando em sentidos diferentes e nos desencontramos. Acabei saindo sozinha mesmo pela cidade. Caminheiro por todo o centro, pela avenida de Mayo, desde o congresso até a casa rosada, passando pelo café tortoni, catedral metropolitana, teatro colón. Minha intenção era depois de passar pela casa rosada, ir a Puerto Madero, só que eu lerda, não consegui encontrar a passagem pra atravessar até lá. Depois eu descobri que eu tinha que ter continuado andando para o lado esquerdo, que lá na frente tinha um lugar para atravessar. Em vez disso, como tinha visto no mapa que a avenida Belgrano dava também em uma das pontes de Puerto Madero, fui caminhando até lá. Conclusão: andei pacas um trecho totalmente desnecessário!!
§ Depois fui até a avenida Santa Fé, e aí sim visitei o Museu do Holocausto e o El Ateneo, que é lindo! Enquanto todo mundo pensa em gastar dinheiro no free shop, eu queria torrar o meu todinho lá. Olha que eu definitivamente não sou uma pessoa consumista. Mas eram tantos DVDs e CDs legais, que eu queria comprar tudo (livro eu geralmente não compro, prefiro pegar emprestado nas bibliotecas).
§ Só teve um problema: quase todos os filmes argentinos que eu queria estavam em falta lá. A moça me explicou que como aquela unidade do El ateneo é a mais turística, tudo lá acaba muito rápido. Ela foi super atenciosa e viu no sistema quais as unidades ainda tinha os DVDs disponíveis, e a da calle florida, mais próximo ao meu albergue, tinha quase tudo.
§ Voltei pro milhouse já no início da noite, tomei meu banho, mas desisti de ir ao hostel florida procurar a Gi. Cara, o all star pode ser um calçado lindo, mas não é indicado para longas caminhadas, com certeza! Ainda era o segundo dia de viagem, mas os meus pés estavam completamente cheios de bolhas. Pra completar, acho que por eu não ter pingado o colírio da lente nos olhos, os mesmos começaram a ficar irritados. Decidi ficar no albergue, conversando com o pessoal, e fui dormir cedo, umas 22h.